'Fantástico' recebe enxurrada de críticas após reportagem considerada transfóbica

A reportagem que foi ao ar neste domingo (3), sem respeitar a identidade de gênero, abordava em tom policialesco o “segredo” de Lourival Bezerra

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Por Mídia Ninja  Em mais uma reportagem abordando de forma policialesca o tema da transexualidade, a última edição do Fantástico, deste domingo (3), deu o que falar nas redes sociais. Desde o início do programa, as chamadas para a reportagem anunciavam o “segredo” de Lourival Bezerra em um tom dramático, revelando durante a matéria que se tratava de uma pessoa transexual – ainda que a reportagem não utilizasse esse termo. “Divergência de gênero”, foi a explicação dada aos telespectadores pelo agente policial. Os usuários das redes sociais não perdoaram. Uma série de falhas e descuidos foram apontados por internautas ainda no decorrer da reportagem, especialmente por pessoas transexuais, apontando de forma séria a abordagem transfóbica pela equipe do Fantástico. Entre alguns erros, destacaram a exposição de Lourival que durante 50 anos preferiu não revelar à família, tampouco ao mundo, seu sexo biológico. Em diversos momentos, inclusive na manchete divulgada no portal do G1, a matéria tratou Lourival pelo sexo feminino, desprezando sua identidade de gênero. Além disso, a reportagem ouviu familiares e instituições públicas (médicos legistas, hospitais, policiais) que de forma lúcida trataram o caso de forma bastante transfóbica. Contudo, em nenhum momento a matéria do Fantástico aprofundou o tema da transexualidade com especialistas do tema. A narrativa conduzida pelo programa da Rede Globo, ainda de forma “dramática” como apontada pelos internautas, abordou a transexualidade como uma patologia séria que traz infelicidades à família e a quem convive com pessoas transexuais. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde deixou de classificar transexualidade como doença mental, após 28 anos classificada no rol dos “transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento” na Classificação Internacional de Doenças (CID). Veja os comentários exibidos no Twitter durante e após a reportagem: