PM gay do DF tem porte de arma suspenso na véspera de seu casamento

Razão apresentada foi um vídeo que ele postou em abril do ano passado, onde aparece uma pistola sobre uma mesa, o que é proibido em atividades estranhas as de policial

Foto: Instagram
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O porte de arma de fogo do policial Henrique Harrison, integrante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), foi suspenso, nessa terça-feira (9), após a publicação de um vídeo no seu canal do YouTube onde ele comenta questões sobre como ingressar nas carreiras de segurança e como a homossexualidade é tratada em ambientes militares.

No vídeo, publicado em abril do ano passado, aparece uma pistola sobre a bancada de um móvel localizado no quarto do soldado. O fato foi usado como razão para a suspensão do porte de armas. A arma já foi devolvida para o Comando-Geral da PM.

De acordo com regra expressa no Art. 3º da Portaria da sindicância instaurada, é proibido “portar arma de fogo institucional em atividade estranha ao serviço policial militar”, informa a determinação assinada pelo 27º BPM. Quem assina o documento é o capitão Georgio Lemos Oliveira, encarregado pela apuração dos fatos.

https://www.youtube.com/watch?v=otbpgGI8FB0&feature=youtu.be&ab_channel=HenriqueHarrison

Harrison, no entanto, afirmou em entrevista ao repórter Caio Barbieri, da coluna Janela Indiscreta, no Metrópoles, que considera a justificativa um pretexto por conta de sua orientação sexual.

“Postei um vídeo para incentivar pessoas a passarem pela jornada que passei. Nesse vídeo, viram que havia uma arma na bancada da minha casa e alegaram isso para fazer a acusação. Ninguém perguntou se era a minha arma ou um simulacro, por exemplo. Mas no caso da pessoa que me ameaçou, por exemplo, ela não perdeu o porte de arma. Policiais o tempo todo postam vídeos limpando a arma, manuseando-as em casa, e nenhum é punido. Por que apenas eu tenho de ser punido?”, disse ao Metrópoles.

O militar, que é gay assumido, foi notificado sobre a decisão na véspera do casamento civil com o companheiro, Jadson Lima. Os dois estão juntos há cinco meses. “Eu sei que é uma perseguição por causa da minha orientação sexual, e eu recebo isso na véspera do meu casamento. Eu amo estar na Polícia Militar, posto fotos em todos os lugares mostrando como sou feliz na profissão que escolhi, mas realmente é muito difícil trabalhar num lugar em que muitas pessoas estejam tentando te colocar para correr. Eu não faço nada de errado nas minhas ocorrências, fui policial destaque no batalhão em que trabalho. Estão buscando qualquer coisa para me punir”, afirmou Harrison.

Com informaçaões da coluna Janela Indiscreta, no Metrópoles

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