Vereadora lésbica e negra do PT de Niterói registra B.O. contra vereador do PSOL por agressão

Paulo Eduardo Gomes apontou o dedo no rosto da vereadora e ordenou que ela calasse a boca, chegando a perguntar se Verônica deseja ser homem porque, neste caso, iria tratá-la como homem

Verônica Lima e Paulo Eduardo Gomes (Reprodução)
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Por Agenda do Poder

A vereadora Verônica Lima (PT) denunciou , nesta quarta-feira, 07, às autoridades policiais o também vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), após sofrer agressão verbal, intimidação e ataques machistas e lesbofóbicos nas dependências da Câmara de Vereadores de Niterói.

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Durante o quiprocó, Paulo Eduardo Gomes apontou o dedo no rosto da vereadora e ordenou que Verônica calasse a boca. Ele chegou a perguntar se Verônica deseja ser homem porque, neste caso, iria tratá-la como homem. O vereador do PSOL avançou na direção da parlamentar e teve que ser contido por outros colegas.

Verônica Lima declarou que, além do registro de ocorrência, vai abrir uma representação oficial contra Paulo Eduardo por quebra de decoro parlamentar. A investida de Gomes contra Verônica aconteceu durante a reunião sobre o Projeto de Lei nº 85/2019 da parlamentar, que dispõe sobre políticas de proteção dos direitos da pessoa com autismo.

As intimidações de Gomes contra a primeira mulher negra eleita para a Câmara de Niterói não são de hoje e se perpetuam há muito tempo. No mês passado, Paulo Eduardo já havia criticado com agressiividade a vereadora durante reunião da Comissão de Habitação e Regularização Fundiária. Após o episódio, o parlamentar ainda enviou mensagens por meio de um aplicativo para coagir a vereadora, ameçando “despejar sua ira” contra Verônica.

"Não se trata de vitimismo. Não dá mais para tolerar o comportamento do vereador Paulo Eduardo Gomes. Ele tentou me constranger por eu ser mulher e pela minha orientação sexual, mas não vai conseguir. Ele tenta me intimidar e constantemente me desrespeita enquanto estou no meu exercício de vereadora. Fui eleita para representar o povo, e me sentir segura na Câmara é um direito meu. Esse ódio direcionado contra mim, por parte do vereador Paulo Eduardo, precisa ser freado. Ele tem que ser responsabilizado por seus atos gravíssimos”, afirma Verônica.