MEIO AMBIENTE

Quem é o dono da Python confundida como jiboia pela Polícia Ambiental do DF?

Animal resgatado que foi solto por engano, pode descortinar mais um crime ambiental envolvendo a posse de animais exóticos no Distrito Federal.

Quem é o dono da Python confundida como jiboia pela Polícia Ambiental do DF?.Créditos: Reprodução Youtube
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A soltura de uma cobra por engano, pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) pode descortinar mais um crime ambiental envolvendo animais exóticos no Distrito Federal, após quase dois anos do conhecido caso da "Naja de Brasília". Na última quarta-feira (6), a polícia ambiental, acreditando se tratar de uma jiboia, soltou o animal de 2 metros na natureza sem saber que na verdade é uma Python Molurus, nativa da Ásia e, portanto, uma espécie exótica. Ela havia sido encontrada nas proximidades do Balão do Piriquito, no Gama. As informações são do portal Metrópoles. 

O alerta foi dado pelo biólogo e médico veterinário Ayrton Katsuyama após ler a reportagem do Metrópoles. Segundo o especialista que trabalha com resgate de animais silvestres, é possível ver a diferença entre as cobras pelo padrão de pele.
“Sei que é a píton pelo padrão de cor de pele. É só bater o olho: o padrão da píton é um rajado, como se fosse um painel de pedras, com a faixa branca entre essas pedras. O padrão da jiboia é bem diferente. É como se fosse a diferença do padrão do tigre com o da onça pintada”, explicou Katsuyama.  Em nota, a corporação informou que o Batalhão de Polícia Militar Ambiental, juntamente com o Zoológico e demais órgãos ambientais já estão a procura da píton.


Riscos ambientais


Fora do seu ecossistema nativo, a píton torna-se uma espécie invasora e pode trazer riscos à cadeia alimentar do Cerrado, além da transmissão de doenças; hibridização com as espécies nativas e muitos outros danos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). 
O órgão alerta que a soltura de espécie exótica é crime ambiental.  A introdução de espécie exótica em unidades de conservação também é crime, segundo a  Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). 


Naja de Brasília


Um caso emblemático envolvendo uma picada de cobra da espécie Naja – que era criada de forma clandestina, em Brasília - revelou um esquema de tráfico de animais silvestres resultando na apreensão de, pelo menos, outras 16 cobras exóticas, além de um processo na Justiça. 
O caso ocorreu em julho de 2020.  No mesmo ano, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou o estudante Pedro Henrique Santos Krambeck - que foi picado pela cobra -  a mãe e o padrasto dele, e mais um amigo da família, pela criação e venda ilegal de serpentes.