AMAZÔNIA

Leonardo Boff: “A Amazônia deve ser internacionalizada e ter gestão global”

Um dos expoentes da Teologia da Libertação, considerado um dos pensadores mais ousados globalmente sobre a questão ambiental critica o nacionalismo tacanho e o slogan “A Amazônia é nossa”

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O teólogo Leonardo Boff afirmou no programa Fórum Café, na última quinta-feira (23) que o discurso militar, da extrema direita e se segmentos da esquerda de cunho nacionalista, “A Amazônia é nossa”, é retrógrado e não atender aos interesses do planeta. “A Amazônia é de toda a humanidade e não propriedade do Brasil”, disse Boff.

Boff, que foi frade franciscano e padre, se auto-promoveu em 1992 ao estado leigo, diante da ameaça de uma segunda punição pela hierarquia do Vaticano (ele foi punido anteriormente em 1984, por seu livro “Igreja, Carisma e Poder”). É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos.  Expoente da Teologia da Libertação, é considerado um dos pensadores mais ousados sobre a questão ambiental e respeitado mundialmente. Suas ideias tiveram grande impacto na encíclica do Papa Francisco sobre o meio ambiente, de 2015, “‘Laudato Si’, sobre o cuidado da casa comum”. O texto é considerado um dos mais avançados na temática ambiental no século 21. 

Na entrevista, Leonardo Boff defendeu que a Amazônia “deve ser internacionalizada e ter gestão global”. Para ele, “todo o bioma amazônico não pertence só ao Brasil ou aos demais nove países amazônicos; constitui um Bem Comum da Terra e da Humanidade”. 

Para o teólogo, “o tempo das nações está passando; agora é o tempo da Terra, administrada por um corpo multipolar e orgânico para atender aos problemas da única Casa Comum e de seus habitantes”. 

Assista à entrevista ao Fórum Café: