AMAZÔNIA

Apple, Microsoft, Google e Amazon usaram ouro de garimpo ilegal em terras indígenas

As quatro empresas serviram de destino final do produto de duas refinadoras investigadas, a italiana Chimet e a brasileira Marsam

Parte do ouro das empresas é retirado de garimpos em terras indígenas na Amazônia.Créditos: Divulgação
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Aparelhos de celular e computadores das marcas Apple e Microsoft e servidores do Google e da Amazon recebem filamentos de ouro em sua composição. Até aí, nenhum problema. A questão é que parte desse material foi retirado de garimpos ilegais em terras indígenas na Amazônia.

Além disso, o metal usado pelas quatro empresas passou por atravessadores e organizações até chegar ao seu objetivo, de acordo com reportagem exclusiva de Daniel Camargos, no Repórter Brasil.

Documentos comprovam que essas empresas gigantes de tecnologia compraram, em 2020 e 2021, o metal de diversas refinadoras, entre elas a italiana Chimet, que é investigada pela Polícia Federal (PF) por ser destino do ouro extraído de garimpos ilegais que atuam na Terra Indígena Kayapó.

Outra refinadora é a brasileira Marsam, acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de provocar danos ambientais justamente por causa da aquisição de ouro ilegal.

Mesmo com as provas obtidas por órgãos investigadores brasileiros de que Chimet e Marsam compraram, de forma indireta, ouro extraído ilegalmente de alguns desses territórios demarcados, as duas refinadoras são certificadas e consideradas “aptas” a vender nos EUA e na Europa.

A reportagem teve acesso aos documentos que Apple, Google, Microsoft e Amazon são obrigadas por lei a encaminhar à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (Securities and Exchange Commission), com a lista de seus fornecedores, não apenas de ouro, mas de estanho, tungstênio e tântalo.

Dentre centenas de refinadoras, constam nas listas a brasileira e a italiana. Os documentos se referem às aquisições feitas em 2020 e 2021. Porém, relatórios anteriores apresentavam as duas refinadoras como fornecedoras.

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