AQUECIMENTO GLOBAL

Entenda o que é a Zona de Emissões Ultra Baixas, que será expandida em Londres

Nova York também planeja adotar medida parecida para combater a poluição na cidade

Placa indicando a Zona de Emissões Ultra Baixas em Londres.Créditos: Matt Brown/Flickr
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A Zona de Emissões Ultra Baixas, ou Ultra Low Emission Zone (Ulez, na sigla em inglês), irá aumentar sua abrangência a partir de agosto deste ano em Londres. A decisão aconteceu após, nesta sexta-feira (28), o prefeito da cidade, Sadiq Khan, ganhar uma batalha judicial que permitirá a expansão da Ulez para todo o território da capital da Inglaterra. A Zona atualmente só abrange o centro da metrópole.

O que é a Zona de Emissões Ultra Baixas

Londres já adota a cobrança do chamado “pedágio urbano” desde 2003. A iniciativa que completa 20 anos consiste na cobrança de uma taxa para que carros poluentes possam circular pela cidade, mas apenas em zonas específicas e em horários determinados.

No entanto, essa iniciativa se expandiu em 2019, quando a capital passou a adotar uma das leis de combate à poluição mais restritivas do mundo, com a criação da Zona de Emissões Ultra Baixas. A ideia é a mesmo do pedágio urbano, mas funciona 24 horas por dia e aplica taxas bem mais pesadas a quem ainda insiste em circular pelo centro com carros poluentes.

Em outubro de 2021, a Ulez foi expandida para mais territórios e, a partir de 29 de agosto de 2023, irá abranger todo o território londrino. Carros que superam um determinado nível de emissão de poluentes precisam pagar uma taxa extra para circular na Ulez, que hoje equivale a pouco mais de R$ 75. Os motoristas podem verificar se seu carro ultrapassa os limites permitidos através do site Transport for London.

O objetivo é melhorar a qualidade do ar e diminuir os danos à saúde causados pela poluição. Segundo dados do G1, essas medidas ajudaram a reduzir o trânsito em 30% e aumentar o número de pessoas pegando ônibus em 33%. A expectativa é que, até 2050, a Zona evite mais de 1 milhão de internações causadas pela má qualidade do ar.

Em entrevista à BBC, o prefeito da cidade ressaltou a importância da iniciativa. “A decisão tomada hoje nos permite seguir com a difícil, porém vital, tarefa de limpar o ar londrino e enfrentar a crise climática”, disse Khan.

Nova York planeja adotar modelo semelhante

Outras cidades do mundo já adotam o pedágio urbano para diminuir a poluição, como Estocolmo (Suécia) e Singapura (Malásia). Agora, Nova York, uma das maiores e mais poluídas cidades dos Estados Unidos, também planeja entrar para o grupo.

A ideia é cobrar pedágio dos veículos que circulam em Lower Manhattan, no coração da cidade. Será o chamado “imposto sobre engarrafamento”. Os motoristas que desejarem circular durante a semana pela área mais engarrafada da cidade terão que pagar uma taxa de US$ 17, o correspondente a R$ 81, e US$ 23, ou R$ 110, durante o horário de pico.

A expectativa é que o pedágio seja implementado no começo de 2024 e reduza em 15% a 20% o número de veículos na área comercial central, o que significará menos congestionamento e poluição, segundo a governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul. A meta é trazer os habitantes para o transporte público, como trens, metrôs e ônibus.