Mais da metade dos brasileiros acredita que queimadas são criminosas, diz estudo

No levantamento feito pelo Senado, 24% dos entrevistados também suspeitam que agropecuária é a maior responsável pelo fogo nas vegetações

Queimadas no Brasil, 2024.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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De acordo com um levantamento do Instituto DataSenado, divulgado nesta segunda-feira (7) a pedido da presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, senadora Leila Barros, a maioria dos brasileiros (59%) associa os incêndios florestais que assolaram o país neste ano a ações criminosas com o objetivo de criar desordem.

A pesquisa também indica que 97% dos brasileiros consideram os recentes incêndios "muito graves" e apenas 12% nega relação antrópica ou climática, acreditando ser “causas naturais”. Inclusive, cerca de 25,4 milhões de brasileiros (15%) informaram ter tido problemas respiratórios, como asma ou bronquite, no último mês. 

O número de entrevistados que suspeita de atividade agropecuária para abrir pastos, extrair madeira e uso de fogo para limpar terreno é de 24%. O DataSenado ouviu, por telefone, 1.220 brasileiros com 16 anos ou mais, em uma amostra representativa de todas as regiões do país. O estudo possui margem de erro de 1,7 ponto percentual.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os meses de agosto e setembro de 2024 registraram o maior número de focos de incêndio no Brasil nos últimos 14 anos. Já o mês de julho apresentou o pior índice dos últimos 19 anos, indicando um agravamento significativo da situação.

O Inpe, peça-chave para combater o desmatamento e as queimadas no Brasil, foi crucial na queda do desmatamento na Amazônia em 2023 e está na linha de frente da crise de incêndios deste ano.

No entanto, o órgão, responsável por fornecer dados essenciais para a tomada de decisões sobre o controle do fogo, não recebeu um centavo do Legislativo nos últimos dois anos.

Para rastrear as emendas parlamentares destinadas ao INPE, basta buscar pelos códigos 20UI (ações gerais) e 20V9 (monitoramento de cobertura da terra e risco de incêndios) no Portal da Transparência. 

No entanto, desde 2015, nenhum deputado ou senador destinou recursos a essas ações específicas.

*Informações de Agência Senado

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