De Baku, Azerbaijão -- O apresentador, entusiasmado, veste uma camiseta que diz que o agronegócio é totalmente compatível com a proteção do meio ambiente.
Ele domina o estande patrocinado por órgãos do governo Lula na COP29.
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Em meio a elogios ao ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, o repórter ouve a advertência do presidente da Agência Brasileira da Exportação e Investimentos (APEX), Jorge Viana, de que a pecuária brasileira deve crescer sobre áreas já hoje degradadas -- não derrubando o cerrado ou a floresta amazônica virgens.
Viana, ex-governador do Acre, é ele próprio um cafeicultor "em início de carreira".
Eu estou iniciando um plantio, levando em conta a memória de meu pai falecido, que era apaixonado em criar e plantar. Meus vizinhos, que não tem área irrigada, estão tomando grandes prejuízos. Nessa hora é que a gente precisa de um governo como o governo Lula. Tem um Plano Safra, que vai ampliar o seguro, em função das alterações do clima. Os eventos climáticos extremos estão se multiplicando. É seca demais num lugar, chuva demais em outro.
O seguro a que Viana se refere é bancado com dinheiro público.
300 novos mercados
Viana antevê o dia em que a Apex vai abrir 300 novos mercados para o Brasil sob o governo Lula.
Ele lembra que 75% do suco de laranja consumido no planeta tem origem no Brasil, assim como 35% da carne de frango, 24% da carne bovina e 14% da carne suína.
Contabiliza que o Brasil é o maior exportador mundial de algodão e fornece uma de cada três xícaras de café consumidas no mundo.
Jorge Viana enfatiza que, diferentemente do governo Bolsonaro, o presidente Lula assumiu a defesa dos povos indígenas e combateu o desmatamento.
Para ele, não há contradição entre o agronegócio brasileiro e a defesa do meio ambiente:
O Brasil tem 40 milhões de hectares subutilizados. Se a gente incorporar parte disso, não precisamos desmatar nada. Poucos países do mundo tem estas condições. Eu fui relator do Código Florestal. Ele pacificou o contencioso que tinha dos produtores, dos criadores, mas agora precisamos aproveitar melhor a área que temos, com a Embrapa. É possível aumentar muito a produção, com menos áreas.
O Código Florestal, de 2012, permitiu ao agronegócio a supressão vegetal de áreas ocupadas por floresta não exótica, ou seja, árvores não nativas.
Em outras palavras, liberou para o pasto ou agricultura regiões inteiras que já haviam sido anteriormente devastadas pelo agro -- uma forma de "anistia" para quem havia derrubado a vegetação original.
Viana garante que o governo Lula mudou a equação:
Incorporando novas áreas, já antropizadas, já desmatadas, e melhorando a tecnologia o Brasil pode ajudar a alimentar o mundo, dar segurança alimentar sem ter de ficar pagando um pedágio, de ser cobrado, como a gente era cobrado, no governo passado [de Bolsonoro] porque estava desprotegendo os indígenas e aumentando o desmatamento. Agora a agenda é outra, por isso o Brasil voltou a ter autoridade no mundo.