Queimadas na Amazônia têm conotação política, diz secretário do MMA

André Lima afirmou que incêndios são causados por ação criminosa como reação às medidas do governo Lula para combater o desmatamento

Queimadas na Amazônia em 2023.Créditos: Valter Campanato/Agência Brasil
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

André Lima, secretário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, declarou que há conotação política em parte dos incêndios florestais que deixam um rastro de destruição na Amazônia

A declaração de Lima foi dada neste domingo (22) durante entrevista ao Programa Natureza Viva, produzido pela Rádio Nacional, uma emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

De acordo com Lima, além da crise climática agravada nos últimos anos, outro fator que explica a escalada de incêndios pelo país é a ação criminosa de pessoas agindo com "conotação política", como forma de reagir às medidas adotadas pelo governo Lula para combater o desmatamento ilegal.  

"Tem, inclusive, incêndio que a gente imagina que possa ter conotação política. É uma reação de parte da sociedade que não se conforma, que não se enxergou dentro da sustentabilidade", afirmou o secretário.

Lima ainda comentou sobre a seca histórica que atinge o país, que é também causa do intenso desmatamento no Cerrado e na Amazônia, o que diminuiu a umidade do ar e atrasou o período de chuvas.

"Uma coisa é prever um ano seco. Outra coisa é prever um ano extremamente seco. É o maior ano de seca nos últimos 60 anos na Amazônia, nesse grau que a gente está vendo, não só de baixa umidade, de praticamente zero de chuva e de alta de calor. São três elementos simultaneamente agindo sobre a Amazônia, num momento em que não era mais para ser assim", disse.

Panorama dos incêndios no país

Há algumas semanas, o país vem enfrentando uma série de incêndios em diversos biomas do país. Somente neste domingo, foram 1.943 focos de incêndios registrados, sendo 60% na Amazônia

Neste ano, o bioma bateu recorde de queimadas: foram identificados mais de 99 mil focos ativos de incêndio entre janeiro e este sábado (21). 

O Cerrado e o Pantanal também enfrentam o mesmo problema. Entre o início do ano e a segunda semana de setembro, foram registrados 54.298 incêndios. Somente em agosto, foram 2,5 milhões de hectares destruídos pelo fogo no bioma.

No Pantanal, somente nos primeiros cinco dias de agosto, o bioma registrou mais queimadas que todo o mês de julho, com 1.363 focos de incêndios. Desde janeiro foram queimados mais de 1,3 milhão do Pantanal, o que equivale a 8,7% da área total do bioma.

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