Pesquisadores monitoram um dos maiores predadores já vistos no Atlântico, com 750 kg e 4,2 metros

O predador está no topo da cadeia alimentar marinha, pode medir mais de seis metros e pesar até duas toneladas, e é rastreado por uma equipe de cientistas internacionais

Tubarão-branco.Créditos: Unsplash
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Pesquisadores da organização sem fins lucrativos OCEARCH, que atua em expedições especiais para a coleta de dados e o rastreamento de espécies marinhas, têm acompanhado a trajetória do maior tubarão-branco já registrado nas águas do Atlântico Norte, batizado de Contender.

Um dos maiores predadores dos oceanos, o tubarão-branco foi marcado, em janeiro deste ano, com uma SPOT tag, transmissor com duração máxima de cinco anos que agora envia os sinais de sua localização (quando a barbatana dorsal surge na superfície) a um site que exibe informações de outros indivíduos.

No momento da marcação, o Contender pesava cerca de 750 kg e media mais de quatro metros de comprimento. Ele foi identificado a 72 km da linha costeira entre os estados norte-americanos da Flórida e da Geórgia.

De acordo com os pesquisadores da OCEARCH, o tubarão-branco, um predador imponente, ainda pode estar em fase de crescimento, e há chances de que ultrapasse os seis metros de comprimento em breve, considerando o potencial de crescimento e a longevidade de tubarões adultos da espécie.

Ao longo do ano, ele já reapareceu nas águas mais setentrionais dos EUA e no extremo norte canadense. Os tubarões-brancos são conhecidos como uma espécie cosmopolita, que pode ser encontrada em praticamente todos os oceanos temperados e subtropicais do planeta, do Atlântico ao Índico.

Podem pesar entre 500 kg e uma tonelada e meia, com uma expectativa de vida de até 70 anos. Eles são, além disso, predadores do topo da cadeia alimentar marinha, e sua dieta varia de peixes e lulas a grandes animais dos oceanos, como as focas, os leões-marinhos e até carcaças de baleias.

Até hoje, no entanto, o local e as condições exatas de acasalamento e nascimento dos tubarões-brancos é um mistério para os pesquisadores.  Acredita-se que o estudo da trajetória do Contender possa elucidar as condições de reprodução da espécie no Atlântico, que realiza migrações extensas entre as águas norte e sul periodicamente.

Durante o verão e o outono, o Contender vai até as águas mais ao norte e se alimenta de focas, uma preparação de acúmulo de energia para seu retorno durante o inverno.

De acordo com Chris Fischer, o fundador da OCEARCH, a presença de grandes tubarões entre as colônias de focas faz com que elas “cacem” menos peixes, o que altera o equilíbrio dinâmico da região. A modulação do comportamento de caça das focas acaba ajudando a proteger estoques pesqueiros.

Ele nota que o tubarão-branco viajou quase 1.400 quilômetros de Cape Cod, Massachusetts, até o Golfo de São Lourenço, o maior estuário do mundo, no leste canadense, em cerca de 73 dias, percorrendo uma média de 19 quilômetros por dia.

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