A COP 30, conferência do clima que levará Belém ao centro do mundo em 2025, é vista por especialistas como um momento decisivo para o país reafirmar sua liderança ambiental, impulsionar a economia da floresta em pé e pressionar por financiamento internacional.
A realização deste encontro em Belém do Pará, no coração da Amazônia, materializa a discussão sobre a importância da proteção das florestas e coloca o Brasil no centro das negociações.
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COP 30 - importância
O principal objetivo da COP 30 é avançar nas negociações climáticas internacionais, monitorar o cumprimento do Acordo de Paris e estabelecer novas metas para conter o aquecimento global.
O que é discutido durante os onze dias de negociações têm grande impacto nas dinâmicas geopolíticas, econômicas e sociais em nível internacional e nacional.
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Nessa COP, pela primeira vez, temas como financiamento climático, reforma dos bancos multilaterais e mobilização de recursos financeiros para a transição verde ganham protagonismo.
Para que o enfrentamento da crise climática possa acontecer é preciso que os países invistam dinheiro em ações concretas como no combate ao desmatamento ou na transição energética.
Relevância da COP 30 para o Brasil
O governo brasileiro selecionou seis eixos principais que estarão em pauta durante a conferência, (1) a redução de emissões de gases de efeito estufa, (2) a adaptação às mudanças climáticas, (3) o financiamento climático para países em desenvolvimento, (4) tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, (5) preservação de florestas e biodiversidade e (6) justiça climática e impactos sociais das mudanças climáticas.
Todos esses tópicos têm relevância para o contexto brasileiro. O Brasil é o maior detentor de área de florestas tropicais no mundo graças à Amazônia – bioma conhecido como o “pulmão do mundo”.
A floresta armazena de 100 bilhões a 120 bilhões de toneladas de carbono em sua biomassa, além de ser a região com a maior biodiversidade do mundo. Porém o desmatamento corre solto, o ritmo de degradação da floresta nas últimas décadas pode levar ao colapso do bioma, um estudo publicado em 2024 pela revista Nature alerta que a Amazônia pode atingir o ponto de não retorno até 2050.
Sendo assim, a proteção da maior floresta tropical do mundo é o que está efetivamente em debate. O Brasil é um país em desenvolvimento e portanto se beneficiaria diretamente do financiamento climático, além de políticas que ajudassem a preservar as florestas – afinal, é importante lembrar que a maior parte das emissões de carbono brasileiras são resultado do desmatamento.
A floresta Amazônica também tem impactos sociais importantes, pois são os povos indígenas que historicamente lutaram por sua preservação, destruir a floresta significa também um ataque à vida e à cultura dessas comunidades.
Espera-se que a COP 30 conte com ampla participação da sociedade civil, incentivando a justiça climática e valorizando os povos indígenas, as comunidades quilombolas e os grupos tradicionais e periféricos, que estão entre os mais impactados pelos efeitos da crise climática.
A realização das negociações climáticas no Brasil no meio da Amazônia evidencia o bioma como fundamental para o equilíbrio ambiental do planeta e destaca a importância de proteger os ecossistemas globais como uma das formas de frear a crise climática.