Espécie rara de peixe "comedor de tubarões" é avistada no Atlântico

A uma profundidade de 450 metros, perto de uma elevação no fundo do mar, o peixe raro foi avistado devorando um pequeno tubarão

Polyprion oxygeneios.Créditos: Wikipedia
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Um vídeo publicado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), agência científica do governo norte-americano que monitora e pesquisa os oceanos, mostra o momento em que uma expedição de mergulho submarino remoto (ROV) captura um wreckfish (Polyprion americanus, apelidado de "destroços", em português), espécie rara do oceano profundo, alimentando-se de um pequeno tubarão.

O vídeo mostra o peixe atacando e então engolindo o tubarão vivo no momento em que ele e outros tubarões se alimentavam de um peixe-espada de cerca de 2,5 metros no fundo do oceano. A espécie, dificilmente avistada por seres humanos, habita as profundezas do Atlântico e costuma ser associada a desfiladeiros e recifes oceânicos submersos. Os peixes "destroços" podem sobreviver por várias décadas, com estimativas de alcançar entre 80 e 100 anos de idade.

A expedição da NOAA, que ocorreu a uma profundidade de cerca de 450 metros, perto de uma elevação no fundo do mar (a cerca de 130 quilômetros da costa da Carolina do Sul), explorava os destroços de um petroleiro afundado, o SS Bloody Marsh.

O veículo submarino se deparou por acaso com um peixe-espada de 2,5 metros de comprimento sendo devorado por meia dúzia de tubarões de águas profundas, quando uma outra "criatura das profundezas" se aproxima para dar o bote e engole um dos tubarões. Assista ao vídeo completo:

 

No começo de outubro de 2025, outro avistamento do peixe foi feito na costa do Reino Unido, onde ele nunca havia sido capturado: quando o pescador esportivo Owen Mates tentava atrair tubarões de sua embarcação no Atlântico, usando iscas em varas de pesca, acabou se deparando com a espécie das profundezas, que tomou uma das iscas de sua mão. O espécime tinha entre 70 cm e 80 cm de comprimento, com peso estimado entre 4,5 kg e 5,5 kg.

Embora a dieta usual do P. americanus inclua peixes bentônicos, lulas, polvos, crustáceos e cefalópodes, há registros documentados de comportamento predatório sobre tubarões. A espécie costuma rondar as águas temperadas e subtropicais do Atlântico, nos hemisférios Norte e Sul, com aparecimentos ocasionais no Mediterrâneo, na África do Sul e em regiões da América Latina — ao longo das costas brasileira e argentina —, além da Nova Zelândia e da Austrália.

Ela vive em até mil metros de profundidade, entre paredões rochosos e restos de naufrágios — característica que lhe dá seu apelido, "destroços". O P. americanus é considerado um predador oportunista, que se aproxima de presas vulneráveis ou distraídas.

Classificado como "quase ameaçado" pela Lista Vermelha da IUCN, o wreckfish costuma ser alvo de pesca predatória em regiões do Mediterrâneo e do Atlântico Sul.

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