Com aproximadamente 159 milhões de hectares destinados à abertura de pastos para a pecuária (cerca de 18,5% do território nacional), o Brasil atingiu, em 2022, o recorde de bovinos no país, que já ultrapassa a quantidade total de habitantes.
De acordo com a mais recente Pesquisa Pecuária Municipal divulgada pelo IBGE, o número de bovinos no Brasil estava estimado em cerca de 234,4 milhões de cabeças em 2022, enquanto a população era pouco mais de 203 milhões no mesmo período. Os rebanhos no Brasil superam a população humana em cerca de 15%.
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Em proporção estadual, Mato Grosso lidera a produção, com aproximadamente 34,2 milhões de cabeças de gado, o equivalente a 14,6% do total brasileiro. Em seguida aparece o estado do Pará, que detém 10,6% do rebanho nacional, e o Goiás, com 10,4%.
Em proporção municipal, a maior quantidade de bovinos em relação à população humana foi registrada em São Félix do Xingu, município no interior do estado do Pará, com 2,5 milhões de cabeças de gado e uma população estimada em 65.418 habitantes.
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Segundo o IBGE, o crescimento do total de gado brasileiro foi de 4,3% entre 2021 e 2022.
De acordo com levantamento do MapBiomas, o bioma mais ocupado por pastagens cultivadas é a Mata Atlântica, com 25,7%, seguido pelo Cerrado (23,7%), Caatinga (23,1%), Pantanal (16%) e Amazônia (13,4%).
O país possui o segundo maior rebanho bovino do mundo (até 22,2% do rebanho mundial) e é responsável por cerca de 15,4% da produção mundial de carne. Em 2025, as exportações de carne bovina brasileiras atingiram recorde, com destaque para mercados como China, EUA, Chile, México e Rússia.
O setor agropecuário é o maior emissor de gases de efeito estufa no Brasil, sobretudo na criação de gado de corte. De acordo com o Observatório do Clima, foram 392 milhões de toneladas de gases de efeito estufa emitidos apenas em 2016 — o equivalente a 17% de todo o CO2 emitido pelo Brasil no mesmo ano. Até 2017, o país era o terceiro maior emissor global de gases do efeito estufa na agropecuária, atrás apenas de China e Índia.
A cadeia expandida da produção agropecuária, considerando os setores industriais, de serviços, transporte e exportação, concentra até 23% do volume total do PIB do país. Se considerada apenas a produção primária, a participação foi de 6,5% no PIB do primeiro trimestre de 2025.
Em termos de superávit comercial, o setor liderava com até 43,2% das exportações brasileiras em 2019, segundo dados da Embrapa.