Em meio à 80ª Sessão da Assembleia Geral da ONU e à Semana do Clima de Nova York, o governo do Brasil assinou, em reunião bilateral com o estado norte-americano da Califórnia, um memorando de entendimento (MOU) que amplia a cooperação climática nas áreas de mercado de carbono, transporte de baixa emissão, energia limpa, resiliência climática, economia circular e qualidade do ar.
O acordo, assinado pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, terá vigência de cinco anos e receberá um Plano de Ação elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) brasileiro em conjunto com a California Environmental Protection Agency (CalEPA).
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A assinatura ocorre em meio às políticas de expansão do mercado de energia fóssil do governo de Donald Trump.
A Califórnia, que ultrapassou a economia do Japão em 2024 e se tornou a quarta maior economia subnacional do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 4,1 trilhões, fica apenas atrás dos EUA, da China e da Alemanha. Conhecida por ser um polo tecnológico, com o Vale do Silício, a Califórnia registrou crescimento econômico de 6% em 2024 e passou a representar 14% do PIB dos EUA.
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Segundo o comunicado oficial do governo da Califórnia, "desafios globais requerem cooperação global". O acordo é um passo preliminar à conferência do Clima da ONU, COP30, a ser realizada no Brasil em novembro de 2025.
Entre os objetivos acordados está o fortalecimento de práticas e políticas compartilhadas em prol das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, além da adoção de tecnologias limpas e soluções baseadas na natureza.
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O acordo prevê ainda o desenvolvimento de mercados de carbono de alta qualidade, a mobilização de transportes de baixa emissão — como os veículos elétricos —, e a gestão da qualidade do ar.
"Parcerias com os governos subnacionais, como o memorando de entendimento firmado hoje com o estado da Califórnia, são fundamentais para garantir que as ações de enfrentamento à mudança do clima sigam avançando nos Estados Unidos, em benefício de sua própria população e de toda humanidade", disse a ministra Marina Silva.
O Brasil tem a meta de atingir a neutralidade de suas emissões até 2040. Já a Califórnia prevê a neutralidade climática até 2045.