Localizado no Parque Estadual da Pedra Branca — em Guaratiba, no Rio de Janeiro —, um exemplar de jequitibá-rosa (Cariniana legalis), árvore-símbolo da Mata Atlântica na região do sudeste brasileiro (que ocorre principalmente entre os estados de São Paulo e Espírito Santo), teve sua idade estimada em 500 anos.
O jequitibá-rosa mede cerca de 40 metros de altura (maior do que o Cristo Redentor, com 38 metros) e foi encontrado no interior do Parque, a cerca de 1 km de distância da borda, a uma altitude de 200 metros.
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A identificação do jequitibá de meio milênio, considerado patrimônio natural da Mata Atlântica brasileira, ressalta a importância dos refúgios naturais de conservação da biodiversidade. Pesquisadores notam que a localização mais isolada e o terreno acidentado da região florestal provavelmente ajudaram a proteger a árvore ao longo dos séculos.
Ela foi encontrada no Sítio Jequitibá-Rosa, uma propriedade particular que preserva outras árvores da mesma espécie, notam os biólogos Monique Medeiros Gabriel e Jaílton Costa, da Fiocruz, que trabalham, agora, em um projeto de conservação da espécie.
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A iniciativa deve envolver a coleta de sementes para a produção de mudas de jequitibá-rosa no horto da Fiocruz, a fim de reintroduzi-la na natureza.
O jequitibá-rosa está incluído na Lista Vermelha da Flora Brasileira como ameaçado de extinção, além de “em perigo” e “vulnerável”, sobretudo devido à destruição de seu habitat natural na Mata Atlântica — com atividades de extração, que usam a madeira do jequitibá como insumo sem planos de reposição ambiental adequada.
A reintrodução das mudas é uma das estratégias para aumentar a população da árvore, símbolo do estado de São Paulo e a maior espécie da Mata Atlântica, reconhecida por sua importância na proteção da água e do solo florestal.
O registro do jequitibá-rosa de 500 anos faz parte do projeto Biota Pedra Branca, vinculado à Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EBFMT), cuja missão é mapear a biodiversidade local e apoiar sistemas de vigilância para zoonoses silvestres (a interface flora-fauna-saúde). A EBFMT, criada em 2016, é a primeira estação biológica fundada pelo Ministério da Saúde para esse propósito.
Estudos apontam que entre 65% e 80% das espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica estão sob algum nível de ameaça de extinção atualmente.