Às vésperas da COP30, Lula celebra queda histórica do desmatamento na Amazônia

Brasil registrou o menor índice de desmatamento em Unidades de Conservação Federais da Amazônia desde 2008

Lula na Aldeia Vista Alegre de Capixauã, em Santarém (PA), região amazônica.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou nesta segunda-feira (3), às vésperas do início da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em Belém (PA), a queda histórica do desmatamento na Amazônia

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na última semana, a Amazônia Legal registrou sua menor superfície desmatada em 11 anos. Entre agosto de 2024 e julho de 2025, o desmatamento caiu 11% em relação ao mesmo período anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

"Atingimos, neste ano, o menor índice de desmatamento em Unidades de Conservação Federais da Amazônia desde 2008. Esse resultado é fruto do trabalho sério do ICMBio e do compromisso do Governo do Brasil em zerar o desmatamento até 2030. E também do papel fundamental dos povos originários e comunidades tradicionais, que há séculos protegem e cuidam da floresta em seus territórios", escreveu Lula através das redes sociais. 

"Em poucos dias terá início a COP30, onde o Brasil vai apresentar ao mundo uma Amazônia viva, diversa e soberana. Lá, mostraremos que é possível cuidar da floresta garantindo dignidade e oportunidade para quem vive e cuida dela", prosseguiu o presidente. 

Lula: "COP30 é um momento único na história do Brasil"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou neste domingo (2) com moradores da comunidade do Jamaraquá, que reúne cerca mais de mil famílias de extrativistas e ribeirinhos, na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, que fica no Oeste do Pará. A visita faz parte de uma série de agendas prévias à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá no período de 10 a 21 de novembro, em Belém, no Pará.

Antes disso, nos próximos dias 6 e 7 de novembro, Lula vai presidir a Cúpula do Clima, que reunirá dezenas de chefes de Estado na capital paraense. Por isso, ao longo da próxima semana, o presidente permanecerá no estado. Aos ribeirinhos, ele discursou valorizando a oportunidade que a cúpula oferece de dar visibilidade à Amazônia e fazer o mundo ter um olhar diferente, que vai além da preservação da natureza.

“Essa COP30 é um momento único na história do Brasil, porque é um momento em que a gente está obrigando o mundo a olhar a Amazônia com os olhos que deve olhar para a Amazônia. Não é só pedir para a gente manter a floresta em pé”, disse.

“É preciso pedir para que a gente mantenha a floresta em pé e para ela ficar em pé, nós temos que dar sustentação econômica, educacional, de saúde para as pessoas que tomam conta dessa floresta em pé, porque essas pessoas não ganharam o que comer, as pessoas não vão tomar conta de nada”, acrescentou.

Próxima a Alter do Chão, a comunidade do Jamaraquá também é reconhecida pelo turismo de base comunitária, com trilhas por dentro da floresta e dos igarapés, e ainda pela fabricação de biojóias.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também participou da visita. Segundo ela, o estilo de vida das famílias da região protege a floresta. “Aqui é exemplo de bioeconomia, aqui é exemplo de sociobiodiversidade, aqui é exemplo de como mantém a floresta em pé e ela gera condições de vida e dignidade para as pessoas”, disse.

“Aqui tem os extrativistas, aqui tem os artesãos e as artesãs, aqui tem os seringueiros e seringueiras, aqui são muitas as atividades que eles vão combinando ao longo do ano”, completou.

Segundo ela, os ribeirinhos sabem respeitar o clico da floresta, mantém a mata de pé por gerações, o que da dignidade às famílias. Segundo a ministra, a Flona do Tapajós reúne 1,2 mil famílias distribuídas em uma área de mais de 500 mil hectares preservados.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar