Pegadas de megalossauros de 167 milhões de anos descobertas por drones revelam passado de ilha

Ao todo, foram identificadas 131 pegadas fossilizadas, às margens de lagoas primitivas de água doce que atraíam diversos tipos de dinossauros

Saurópodes - representação.Créditos: Raúl Martín, 2012 / Scientific American
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Novas pegadas de dinossauros descobertas na Ilha de Skye, na costa noroeste da Escócia — famosa por suas montanhas dramáticas e aldeias com castelos medievais — estão ajudando cientistas a desvendar o passado remoto da região. Os vestígios sugerem que megalossauros, dinossauros carnívoros de grande porte, habitaram o que hoje é o sul da Inglaterra durante o período Jurássico Médio, ocorrido há cerca de 167 milhões de anos.

Esses predadores pertenceram ao grupo dos terópodes, conhecidos por sua postura bípede, garras afiadas e comportamento predatório. Estima-se que os megalossauros podiam atingir até 9 metros de comprimento e pesar cerca de 700 kg — verdadeiros titãs.

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Ao todo, foram identificadas 131 pegadas fossilizadas, distribuídas em uma antiga planície costeira onde, segundo os pesquisadores da Universidade de Edimburgo, havia águas rasas e doces que atraíam diversos tipos de dinossauros. Embora algumas impressões pertençam a predadores, como o próprio Megalosaurus, outras sugerem a presença de saurópodes — dinossauros herbívoros de pescoço longo e corpo maciço.

Megalosaurus. Créditos: representação de Stefan Czapsk, via Wikimedia

 

As pegadas dos terópodes têm em média 45 centímetros de comprimento e revelam três dedos com garras curvas e afiadas. Já as dos saurópodes são maiores e arredondadas, e em descobertas anteriores chegaram a ser confundidas com buracos escavados por peixes pré-históricos.

Reconstrução visual das pegadas em escala de centímetros e o solo de sua descoberta. Créditos: Blakesly et al.
Representação visual das pegadas de Megalossauros e Saurópodes encontradas na ilha escocesa. Créditos: Blakesly et al.

Para analisar o local, os cientistas utilizaram drones para mapear a costa de Trotternish, criando modelos digitais em 3D das pegadas. A análise detalhada foi publicada na revista científica PLOS One e oferece novas pistas sobre como era a vida na Escócia há quase 170 milhões de anos.

A região onde os dinossauros deixaram suas marcas fazia parte de uma vasta plataforma de arenito que ainda hoje margeia o mar. Segundo os especialistas, a região formava uma espécie de “praia jurássica” frequentada por predadores e herbívoros durante o Jurássico na ilha.

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