IA de Elon Musk é acusada de violar leis ambientais por turbinas ilegais

Morador local relaciona a poluição causada pela xAI a doenças em comunidade e cobra responsabilização: “Estamos enterrando nossos parentes por causa de projetos que nos sufocam”

Créditos: UK Government
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A empresa xAI, de Elon Musk, está operando 35 turbinas a gás metano em Memphis, no estado do Tennessee, nos EUA, sem as devidas licenças, segundo denúncia feita por organizações ambientais e moradores locais. A acusação foi apresentada nesta quarta-feira (10) durante reunião do conselho de comissários do condado de Shelby.

KeShaun Pearson, do grupo Memphis Community Against Pollution, afirmou que a empresa solicitou autorização para 15 turbinas, mas instalou mais do que o dobro sem aprovação do departamento de saúde. Imagens aéreas obtidas pelo Southern Environmental Law Center (SELC) confirmam a expansão.

O SELC estima que os geradores da xAI podem produzir cerca de 420 megawatts, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de médio porte. A entidade afirma que a operação viola a Lei do Ar Limpo, por emitir poluentes tóxicos e cancerígenos, e pede a suspensão imediata do funcionamento das turbinas, além de multa diária de US$ 25 mil caso a irregularidade persista.

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Instalada no verão passado, a xAI opera um supercomputador apelidado de “Colossus”, que atende às demandas de inteligência artificial da empresa. O prédio, do tamanho de 13 campos de futebol, já consome 150 megawatts da rede elétrica local, mas a companhia afirma precisar de mais energia para evitar instabilidades.

As turbinas funcionam 24 horas por dia e foram instaladas próximas a bairros residenciais historicamente marcados por desigualdades sociais e ambientais. Segundo o SELC, moradores da região convivem com elevados índices de câncer, asma e baixa expectativa de vida.

Apesar de ter sido convidado, um representante da xAI não compareceu à reunião do conselho. A empresa, o departamento de saúde e a Agência de Proteção Ambiental não se pronunciaram.

Pearson, que vive em uma das comunidades vizinhas, associou a poluição ao histórico de mortes na família. “Estamos enterrando nossos parentes por causa de projetos que continuam a nos sufocar. Isso é evitável”, afirmou.

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