TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Brasil alcança o 5º Lugar no ranking global de capacidade eólica onshore

Relatório destaca a aprovação do marco regulatório para a energia eólica offshore, no ano passado, que promete gerar novos investimentos no país

Os parques eólicos onshore são instalados em locais onde os dados indicam a previsão de uma quantidade adequada de vento.Créditos: Divulgação/Ari Versiani/PAC
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O Brasil subiu para o quinto lugar no ranking global de capacidade instalada de energia eólica onshore, ultrapassando a Espanha, segundo o Global Wind Report 2025 (GWEC), divulgado em 23 de abril pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

O país acrescentou 3,27 gigawatts (GW) em 2024, atingindo um total de 33,7 GW. As primeiras posições continuam com China, Estados Unidos, Alemanha e Índia.

A indústria eólica mundial alcançou um novo recorde em 2024, com 117 GW de novas instalações, somando 1.136 GW no total. No Brasil, entre 2021 e 2023, houve uma aceleração nas instalações de parques eólicos, impulsionada pelo mercado livre de energia e contratos privados (PPAs).

Contudo, o GWEC prevê uma desaceleração em 2024, devido à redução na geração de energias renováveis, cancelamento de leilões e dificuldades regulatórias.

O relatório também destacou a aprovação do marco regulatório para a energia eólica offshore, em janeiro de 2024, que promete gerar novos investimentos no país, como a produção de hidrogênio verde e a instalação de data centers. Além disso, medidas do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC) ajudaram a reduzir os juros e facilitar o acesso a crédito para projetos de energia limpa.

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Apesar de desafios econômicos, o Brasil tem atraído investimentos. A fabricante chinesa Goldwind inaugurou sua primeira fábrica fora da China no país, enquanto a Vestas investiu R$ 130 milhões no Ceará para produzir turbinas. A HINE do Brasil também ampliou sua infraestrutura para atender à demanda crescente por componentes eólicos.

A presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, destacou que, apesar da crise no setor, o Brasil manteve sua posição no ranking global. Ela afirmou que, como se trata de uma indústria de longo prazo, o país pode retomar o crescimento nos próximos anos, caso adote as medidas necessárias.

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A previsão do GWEC é de que a capacidade eólica offshore aumente de 16 GW em 2025 para 34 GW até 2030, representando uma maior participação na capacidade global. Em 2024, os leilões de energia eólica offshore foram recordes, com destaque para a Europa, China, Coreia do Sul, Taiwan e Japão.

O CEO do GWEC, Ben Backwell, alertou sobre a incerteza no setor devido a questões políticas e tarifas comerciais, que podem afetar os investimentos e as cadeias de suprimentos da indústria.

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