Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, assinou, na quinta-feira (24), uma ordem executiva para acelerar a liberação de projetos de mineração em águas profundas. A medida busca fortalecer a cadeia de suprimentos americana e reduzir a dependência da China em minerais estratégicos, como cobalto, manganês e níquel, usados na fabricação de baterias e equipamentos de defesa.
A nova diretriz determina que o Departamento de Comércio e o Departamento do Interior apresentem, em até 60 dias, um plano para agilizar os pedidos de exploração do fundo do mar. Trump também pede um mapeamento das reservas minerais e um relatório sobre oportunidades de extração em águas nacionais e internacionais.
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O governo vê a mineração submarina como essencial para a segurança econômica e militar. No entanto, cientistas alertam que a atividade pode causar danos irreversíveis a ecossistemas pouco conhecidos, colocando em risco espécies marinhas raras e afetando a pesca em regiões do Pacífico.
Até agora, pequenas nações insulares, como Nauru, lideravam esse tipo de exploração. Agora, o decreto de Trump visa impulsionar a presença dos EUA no setor, apesar das críticas de lideranças indígenas e ambientalistas. Solomon Kaho'ohalahala, nativo do Havaí e ativista nas Nações Unidas, criticou a falta de preocupação com as gerações futuras: “Não há uma visão de cuidado com os recursos”, afirmou.
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Empresas de mineração como a canadense Metals Company e a Impossible Metals já se movimentam para aproveitar o novo cenário. A Metals planeja solicitar autorização à Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), enquanto a Impossible Metals já pediu para explorar áreas próximas à Samoa Americana. Ambas buscam alternativas à morosa regulamentação da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos da ONU.
Grupos ambientalistas, como o Center for Biological Diversity, condenaram a medida. Para Emily Jeffers, advogada da organização, a ordem executiva “contradiz os esforços globais para proteger o oceano profundo”, reforçando uma abordagem de exploração voltada apenas aos interesses americanos.
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*Com informações de Mother Jones.