Os pequenos pássaros de bico longo, corpo avermelhado e torso curto e esguio, chamados de martim-pescadores de Guam (ou siheks), estavam extintos na natureza desde 1988, quando foram avistados em seu habitat pela última vez, segundo a organização não governamental The Nature Conservancy (TNC).
O motivo de sua extinção não foi a ação humana ou a desertificação de florestas, mas a chegada de um predador ao seu habitat natural: Guam, um território insular dos Estados Unidos na região da Micronésia, no Oceano Pacífico.
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Créditos: Wikipedia
Em 1940, as cobras-marrons, predadores naturais dos siheks, chegaram à ilha e levaram à extinção dos pássaros no ambiente natural. Desde os anos 1980, os espécimes restantes sobreviveram em zoológicos dedicados à conservação da vida selvagem.
Mas, com a ajuda de especialistas em conservação natural do TNC e da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), a espécie pôde retornar a um ambiente de vida livre: em 2024, nove siheks adultos foram transportados de volta à natureza, ao Atol de Palmyra, conjunto desabitado de ilhas menores dos EUA no Oceano Pacífico.
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Créditos: Flickr
As ilhas ao sul do Havaí são paradisíacas e hoje abrigam uma Estação de Preservação e Pesquisa pertencente à TNC.
Os siheks que chegaram à ilha foram equipados com dispositivos de monitoramento, a fim de ter sua trajetória e seus hábitos estudados.
A ONG conta que, ao chegarem à ilha, os pássaros "começaram a comer imediatamente", experimentaram sua primeira chuva (e se prepararam para ela de maneira instintiva), além de terem caçado "aranhas, lagartixas e caranguejos".
Desde que foram reintroduzidos na natureza, os siheks formaram quatro casais entre si, construíram três ninhos e já conseguiram reproduzir-se.
Três das fêmeas botaram ovos, comemoraram as organizações envolvidas no projeto, o que demonstra o marco ecológico da passagem bem-sucedida das espécies ao espaço natural: a superação da sobrevivência em cativeiro.