Abraji condena ataques machistas de Eduardo Bolsonaro a jornalista da Folha

"É mais uma ocasião em que integrantes da família Bolsonaro tentam desacreditar o trabalho da imprensa", diz a nota da associação

Eduardo Bolsonaro - Foto: Reprodução/YouTube
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A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou uma nota na noite desta terça-feira (11) em repúdio aos ataques "misóginos e machistas" do deputado federal Eduardo Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo.

O filho do presidente reproduziu difamações contra a repórter ao acusá-la de ter se insinuado sexualmente para Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa Yacows, em troca de informações para uma matéria. Ofensa de Eduardo foi publicada em suas redes sociais e, mais tarde, reforçada em plenário na Câmara dos Deputados.

“Eita! Sr. Hans diz que Patrícia Campos Mello, correspondente internacional da Folha, se insinuou sexualmente para conseguir extrair informações dele. Agora imagine se fosse um homem se insinuando para cima de uma mulher?”, escreveu o deputado no Twitter.

Em nota, a Abraji condenou o uso das redes sociais do deputado para atacar jornalistas que o desagradam. Patrícia publicou uma série de matérias, durante o processo eleitoral de 2018, que apontavam a empresa Yacows como parte do esquema ilegal de disparo massivo de mensagens para favorecer Jair Bolsonaro.

"É assustador que um agente público use seu canal de comunicação para atacar jornalistas cujas reportagens trazem informações que o desagradam, sobretudo apelando ao machismo e à misoginia", diz a nota.