Jornal Nacional faz longa matéria sobre operação contra Serra pela Lava Jato

Ao contrário da última vez que Serra foi alvo de operação, quando exibiu matéria tímida sobre o caso, telejornal da Globo, desta vez, veiculou reportagem de 8 minutos sobre a investigação que apura doações ilegais para a campanha do então candidato a senador

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A edição desta terça-feira (21) do Jornal Nacional, da TV Globo, dedicou uma longa matéria sobre a operação "Paralelo 23", deflagrada pela Polícia Federal nesta manhã, no âmbito da Lava Jato, que tem como alvo o senador José Serra (PSDB-SP).

A reportagem veiculada nesta terça-feira mostra uma mudança de postura do jornal, visto que em 3 de julho, quando Serra a filha, Verônica, foram denunciados pela Lava Jato por lavagem internacional de dinheiro e alvos da operação “Revoada”, foi exibida uma matéria "tímida" de apenas 3 minutos sobre o caso. Desta vez, a matéria sobre o tucano teve duração de 8 minutos.

"A Polícia Federal prendeu 4 empresários suspeitos de fazer doações ilegais de campanha para José Serra em 2014. Também fizeram buscas em endereços ligados ao senador, mas não conseguiram entrar no gabinete dele em Brasília", disse o âncora William Bonner ao anunciar a matéria, destacando que no começo do mês "a Lava Jato já havia estado em endereços do senador".

As investigações que motivaram a operação feita pela manhã miram crimes eleitorais supostamente praticados por Serra em sua campanha de 2014 ao Senado. Ele é acusado de receber doações eleitorais não contabilizadas que totalizam R$ 5 milhões.

O fundador e acionista da empresa de planos de saúde Qualicorp, José Seripieri Júnior, foi um dos presos. Segundo a investigação, os pagamentos a Serra foram realizados a mando do executivo.

Na reportagem, o JN destrinchou os rumos da investigação e chamou a atenção para o fato de que o inquérito surgiu a partir de uma colaboração premiada do empresário Joesly Batista, da JBS.

Outro ponto que o telejornal da Globo deu destaque na matéria foi o fato do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, ter proibido a PF de entrar no gabinete de Serra em Brasília, conforme era planejado pela Lava Jato.

Serra, por sua vez, não estava nem na capital paulista, onde foi realizada a maior parte da operação, e nem e Braília. O tucano está internado em um spa no interior de São Paulo e relatos dão conta de que o senador está "bastante abatido"