Bolsonaro fez ao menos 68 ataques à imprensa em 2021

Levantamento também aponta um total de 173 ataques a jornalistas se somados aqueles feitos por membros da família Bolsonaro e assessores

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Um levantamento preliminar feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) em parceria com a rede Voces Del Sur aponta que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez em 2021 ao menos 68 ataques contra a imprensa.

O estudo ainda está em elaboração e será revisado após o final deste ano. Por isso, o número de ataques de Bolsonaro a jornalistas pode sofrer alterações.

Segundo os primeiros dados do levantamento, os ataques à imprensa chegam a 173 se somados aqueles feitos por membros de família Bolsonaro e assessores do governo.

A maior parte dessas agressões do presidente contra jornalistas partiram das redes sociais. São discursos pejorativos contra profissionais de imprensa, restrições à liberdade de comunicação e barreiras impostas ao acesso à informação.

Repórteres Sem Fronteiras: 87 ataques de janeiro a junho

O número de ataques à imprensa e a jornalistas feitos pelo presidente Jair Bolsonaro teve um aumento de 74% este ano. Só de janeiro a junho de 2021 foram 87 casos do tipo, número bem maior que os 50 registrados no segundo semestre do ano passado, segundo relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras.

Quando são computados os ataques lançados por seus três filhos, o senador Flávio, o vereador carioca Carlos e o deputado federal Eduardo, e por outros integrantes de seu governo, como o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, o secretário Nacional de Cultura, Mário Frias, e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, habituais ofensores dos meios de comunicação, os números são assustadores: 331 ataques em seis meses.

Onyx Lorenzoni, que ocupava até poucos dias a Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, são outros nomes que se destacaram no ranking de ofensas aos profissionais que trabalham cobrindo o governo extremista de Bolsonaro.

Preferencialmente o alvo do presidente da República são as mulheres. Invariavelmente ele dispara insultos, gritos e gestos intimidadores contra as repórteres que fazem qualquer questionamento que o desagrade. Não é nada incomum ele mandar, aos berros, as jornalistas calarem a boca.

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) recentemente colocou o nome de Jair Bolsonaro numa lista chamada ‘Predadores da Liberdade de Imprensa’, composta por tiranos e déspotas de todos os tipos que ameaçam o exercício do jornalismo em seus países.