Jornalista de MG falsifica carteirinha, persegue e ameaça colegas

Homem se apresenta como dono de web rádio e importuna mulheres que trabalham em TVs de Minas, diz site

Perfil de Instagram de Bernardo Lima (Foto Reprodução)
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Mulheres jornalistas que trabalham em afiliadas mineiras de emissoras de TV como Globo, SBT e Band afirmam terem sido importunadas, perseguidas e até ameaçadas por um homem que se apresenta como jornalista e dono de uma web rádio. Reportagem de Adriano Wilkson, do UOL, publicada neste domingo (14), dá conta de que Bernardo Lima, 30, até já teria confessado que falsificou carteirinha de associação de cronistas esportivos.

As jornalistas não deram queixa formal do assédio ou ameaças que sofreram. Mas os relatos mostram um padrão no comportamento do repórter. Ele inicia o contato dizendo que admira o trabalho das profissionais e, quando se torna insistente demais ou começa a espalhar fake news, e geralmente é bloqueado em redes sociais, passa a fazer perseguições.

Uma delas relatou ao repórter que Lima descobriu a senha de seu Facebook. E, ainda, que ele ameaçou espalhar que ela tinha caso com outro colega, o que não era verdade.

Outra disse que seu contato com Lima começou quando ele abriu um fã-clube virtual de seu trabalho. Depois, ele teria começado a espalhar mentiras sobre ela. Por fim, Lima entrou em contato com a esposa de um colega da jornalista, dizendo que o marido dela era amante da profissional. A mulher não acreditou, mas ligou para ela, pois segundo seu relato Lima teria dito que era ex-namorado da jornalista e que queria matá-la.

Além de relatos de profissionais importunadas, a reportagem do UOL diz ter tido acesso a e-mails em que Lima admite ter falsificado a carteirinha da Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) em 2018. Com ela, o profissional tem acesso à cobertura esportiva em estádios. A associação diz ter negado a carteirinha a ele.

O UOL entrou em contato com Lima por telefone e por WhatsApp, mas ele disse que não se pronunciaria.

Em seu perfil no Instagram, Lima se apresenta como “empresário jornalista pela lei do STF. Repórter da Web Rádio futebol BH associado da ABJ”.

Reprodução Instagram

A Associação Brasileira de Jornalistas (ABJ) concede identificação como jornalista a profissionais formados ou não na área. Ela foi criada em 2009, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que não era obrigatória uma formação específica, como o curso de jornalismo, para o exercício da profissão. Para emitir a carteirinha, a entidade pede dados pessoais e cobra uma taxa de emissão de R$ 95, além de anuidade.

No site da rádio indicado no perfil de Lima, um chat para bate-papo recebe os internautas. Neste domingo, as mensagens ali postadas faziam referência à reportagem do UOL. Ele não consta como sendo da equipe da rádio no site.

Reprodução Internet

Leia a reportagem completa do UOL aqui.