Fantástico expõe caso de mulher mantida em escravidão doméstica por 50 anos

O programa contou a história de duas mulheres resgatadas em situações análogas à escravidão

Reprodução/Globoplay
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O Fantástico, da TV Globo, deu destaque à libertação de mais mulheres que trabalhavam em regime análoga à escravidão no país. Segundo a reportagem, foram 15 apenas em 2021, dois em bairros de classe média de Salvador.

"Hoje uma reportagem especial do Fantástico vai expor uma chaga do nosso país. Só neste ano 15 trabalhadoras domésticas foram libertadas da exploração de patrões que não pagavam salários e negavam direitos básicos. Denúncias levaram os fiscais a descobrirem situações comparáveis à escravidão", disseram os apresentadores Tadeu Schimidt e Poliana Abritta na abertura do programa.

Em 2020, o programa contou a história de Madalena Gordiano, que passou 38 anos escravizada em Patos de Minas (MG). Neste domingo (11), ela voltou ao programa para contar como tem sido a vida pós-libertação. Gordiano tem participado de eventos sobre trabalho escravo, concedido entrevistas e aproveitado a liberdade em todas as suas formas.

A reportagem mostrou ainda dois dos casos descobertos pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel do trabalho, ligado ao Ministério da Economia. Leda Lúcia do Santos, de 61 anos, foi mantida em regime análogo à escravidão por mais de 50 anos na família de Hildete Pereira Rocha, em bairro de classe média de Salvador.

Ao jornalista , Leda revelou que não podia sair na rua até os 29 anos e que estava sem luz elétrica em seu quarto desde 2020. Com a decisão, Hildete impediu que a mulher se dedicasse ao artesanato, única distração.

O caso de Luzia Geraldo, de 49 anos, foi outro exibido pelo programa. Ela ficou 36 anos trabalhando de forma análoga à escravidão na casa de Eliúde de Oliveira Medrado.

As mulheres foram encaminhadas a uma casa de acolhimento e estão sob acompanhamento psicológico e social.