“Rachadinha” da família Bolsonaro vai parar no New York Times

Jornal do EUA fez longa reportagem sobre as suspeitas de corrupção que envolvem o clã; são citados os três filhos Flávio, Carlos e Eduardo, além da esposa Michelle

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O jornal americano New York Times atualizou longa reportagem em 22 de julho, sobre o esquema de “rachadinha” que envolve a família do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). De acordo com o diário, Bolsonaro, que teve surpreendente ascensão da periferia da política de extrema direita à Presidência impulsionada pela promessa de erradicar a corrupção, é acusado de minar o Estado de direito, à medida em que os escândalos se aproximam cada vez mais do Palácio do Planalto.

Especialistas entrevistados pelo jornal afirmam que as evidências que surgiram até agora no caso do ex-assessor Fabrício Queiroz sugerem que a família Bolsonaro participava de um esquema conhecido como “rachadinha”, comum nos escalões inferiores da política brasileira. O esquema, explica o NYT, envolve desviar o dinheiro do contribuinte mantendo empregados fantasmas na folha de pagamento ou contratando pessoas que concordam em devolver uma parte de seu salário ao patrão.

“A suspeita é que se tratava de um negócio familiar que durou muitos anos e movimentou muito dinheiro”, disse Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, sobre o esquema de suborno envolvendo o ex-assessor. “Essas suposições são muito sérias, corroboradas por evidências sólidas, em uma investigação que se baseia em transações financeiras altamente irregulares”, conclui.

O texto diz ainda que, em ações judiciais e vazamentos para a imprensa, as autoridades exprimiram a suspeita de que, a partir de 2007, Queiroz ajudou o filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro, a roubar fundos públicos embolsando parte dos salários de pessoas de sua folha de pagamento quando ele era um representante do estado. Flávio Bolsonaro foi eleito senador em 2018.

O jornal lembra também que entre 2011 e 2016, Queiroz canalizou milhares de dólares para a esposa do presidente, Michelle Bolsonaro, em transações que nenhum deles consegue explicar. Os promotores também acreditam que os depósitos feitos ao filho do presidente podem estar ligados ao esquema.

O jornal fala ainda sobre o caso de suspeita de lavagem de dinheiro de Flávio com a franquia de uma loja de chocolates, além do esquema de propagação de fake news envolvendo o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), os outros filhos de Bolsonaro.

Leia reportagem completa no New York Times