ELEIÇÕES 2022

Merval Pereira lamenta fim da terceira via: "não haverá candidato do 'centro democrático'"

Em tom melancólico, porta-voz político da família Marinho lamenta e culpa a "crise dos tucanos" pela liderança de Lula (PT) nos dois principais colégios eleitorais do país: São Paulo e Minas Gerais.

Merval Pereira, Aécio Neves e Tasso Jereissati.Créditos: Reprodução/Twitter
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Com a Globo apostando as últimas fichas em uma chapa capitaneada por Simone Tebet (MDB) com Tasso Jereissati (PSDB) na vice, Merval Pereira, porta-voz político da família Marinho, jogou a toalha e não acredita mais em uma candidatura da terceira via.

Em artigo na véspera do prazo dado pelos partidos para lançamento de uma chapa única, Merval antecipa que não haverá acordo.

"Termina amanhã, dia 18, o prazo dado a si mesma pela terceira via para anunciar uma chapa única de MDB, PSDB e Cidadania para competir à Presidência da República. Nada indica que chegarão a um acordo, tenho a impressão de que não haverá candidato nenhum do hoje chamado de 'centro democrático'. Cada partido terá o seu, e talvez o ex-governador de São Paulo João Doria só consiga se impor no PSDB pela Justiça, para garantir que seja respeitado o resultado das prévias internas", escreve o colunista, emendando sua constante bajulação a FHC.

"[Doria] já perdeu completamente o apoio do partido, não tem ninguém expressivo que o apoie, com exceção do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem ascendência moral sobre o partido, mas não votos na Convenção".

Merval ainda lamenta que "a força regional do PSDB, tomada de assalto pela candidatura de Bolsonaro em 2018, hoje está bastante reduzida".

Em seguida, ele culpa a "crise dos tucanos" pela liderança de Lula (PT) nos dois principais colégios eleitorais do país: São Paulo e Minas Gerais.

"A crise dos tucanos paulistas está dificultando, se não inviabilizando, a candidatura do governador Rodrigo Garcia. Outro nicho tucano abocanhado pelos concorrentes é Minas Gerais. Nos dois estados, o PT segue na liderança folgada nas eleições estaduais".

No texto, Merval fala ainda sobre a costura de Lula com Alexandre Kalil, do PSD, que garante ao ex-prefeito de BH a liderança na disputa ao governo de Minas Gerais, estado crucial para a vitória nas eleições presidenciais e lembra a disputa em 2014, quando Aécio Neves (PSDB) foi derrotado por Dilma Rousseff (PT).

"Pegando as eleições desde a retomada democrática iniciada em 1989, todos os presidentes eleitos venceram em Minas: Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Bolsonaro. Em 2014, o candidato do PSDB Aécio Neves era considerado favorito para eleger seu candidato em Minas, mas perdeu em seu reduto eleitoral para a petista Dilma Rousseff, que também era mineira", afirma Merval, com tom de melancolismo.