O padre Fábio de Melo falou, pela primeira vez, sobre uma doença que enfrenta há uma década. A revelação foi feita em um vídeo para a jornalista Sonia Abrão, nesta segunda-feira (6), após imagens do religioso com o rosto inchado circularem nas redes sociais. Até uma possível harmonização facial malsucedida foi apontada pelos internautas.
Fábio de Melo negou que tenha feito o procedimento estético e afirmou que, caso tivesse se submetido, não teria problemas em expor ao público. O motivo, no entanto, é o uso de corticoides.
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“É um processo que venho passando há anos e de vez em quando se agrava. Eu tenho Mal de Meniere, cujos sintomas são a perda de audição e o distúrbio do labirinto”, explicou.
“O que houve agora, em março, estive na Túrquia e estava muito frio. Desenvolvi uma sinusite muito forte. Precisei recorrer ao corticoide. Isso fez com que eu ficasse muito inchado”, acrescentou.
A síndrome de Ménière é um distúrbio no ouvido que leva à tontura, perda de audição e zumbidos. Trata-se de uma doença crônica para a qual até hoje não foi descoberta a cura. As crises costumam ser súbitas e durar de minutos a horas, podendo ser acompanhadas de vertigem severa, náuseas e vômitos.
Segundo o médico otorrinolaringologista especializado em cirurgias da audição, Luciano Moreira, o diagnóstico é fechado após uma investigação de outros problemas de saúde que possam estar por trás da síndrome de Ménière.
"Alguns exames complementares como a audiometria e a eletrococleografia também são úteis para auxiliar o diagnóstico. A audiometria pode atestar o caráter flutuante da audição durante as crises, com perda especialmente em graves no início da doença. Dosagens sanguíneas também podem auxiliar a detectar fatores metabólicos envolvidos", explicou.
Segundo ele, o tratamento pode ser dividido em medicamentos orais e injetáveis, como as aplicações intratimpânicas e procedimentos cirúrgicos para tentar conter a recorrência e a gravidade das crises.
"Recomendamos uma restrição de sal na dieta e eventualmente o uso de uma antidiurético. As crises são tratadas com medicações orais ou injetáveis para sedar o labirinto e conter as náuseas."
O especialista afirmou ainda que dependendo da gravidade e progressão da perda auditiva, pode ser indicado o uso de aparelhos auditivos e mais raramente, o implante coclear.