ELEIÇÕES 2022

Estadão, da "escolha muito difícil", agora diz que "ninguém quer bagunça nas eleições"

Jornal aponta em seu editorial que “golpismo de Bolsonaro não é força, e sim fraqueza”

Jair Bolsonaro.Créditos: Clauber Cleber Caetano/PR
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O mesmo Estadão que apoiou o golpe de 1964 e considerou o voto entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PL), em 2018, “uma escolha difícil”, afirma em editorial publicado nesta segunda-feira (4), que o presidente não tem apoio de nenhuma das instituições do país para seus ataques à democracia:

“Não há nenhum partido ou organização da sociedade civil, como também não há nenhuma liderança política ou civil, que apoie sua campanha contra a integridade eleitoral. Apesar de todo o discurso bolsonarista, a sociedade não está dividida quanto a isso”, afirma o jornal.

Mesmo os aliados

O jornal diz ainda que “mesmo os aliados do governo – aqueles para os quais o governo Bolsonaro vem entregando generosos nacos do orçamento federal – se colocam bem distantes do presidente da República quando o assunto são as urnas eletrônicas. Consideram o tema encerrado desde que o Congresso rejeitou, no ano passado, a PEC do Voto Impresso”.

O Estadão ressalta que “o que se tem visto é, cada vez com maior frequência, declarações contundentes de apoio ao Estado Democrático de Direito, à independência do Poder Judiciário e à integridade eleitoral, como a que fez o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, em recente reunião da entidade. ‘Esta casa está ao lado do fortalecimento das instituições e do Judiciário’, disse o presidente da Fiesp”.

“Ninguém quer bagunça nas eleições”

O texto ainda ressalta o recado das lideranças políticas e civis: “ninguém quer rompimento da ordem democrática, ninguém quer bagunça nas eleições, ninguém quer candidato rejeitando, seja antes ou depois das eleições, o resultado das urnas a ser anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A vontade do eleitor é soberana e será respeitada”.

E adverte: “o candidato que comete crime eleitoral não toma posse ou, se toma, tem depois seu mandato cassado. Ou seja, ninguém deseja pôr em risco sua candidatura embarcando na tresloucada investida bolsonarista contra as eleições”.

Ao final, o Estadão ainda chama a atenção para mais um isolamento de Bolsonaro, a escolha do general Braga Netto como vice na sua chapa. E encerra: “como o seu entorno político mais próximo já percebeu, o golpismo de Bolsonaro não é força, e sim fraqueza”. 

Leia o texto completo no Estadão