O Grupo Jovem Pan não está em um bom momento e pode-se dizer que o atual cenário do grupo de comunicação foi cavado por escolha própria, quando optaram por dar espaço aos piores tipos do negacionismo, discursos de ódio, amplo espaço para "comentaristas" que colocaram em dúvida lisura do sistema eleitoral brasileiro.
Além disso, o Grupo Jovem Pan assinou a sua ruína total quando, após o ataque terrorista bolsonarista perpetrado por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, passou a relativizar as cenas criminosas registradas no dia 8 de janeiro.
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Após uma série de denúncias, o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação contra o Grupo Jovem Pan por relativizar o ataque terrorista e, além disso, o órgão também passou a investigar os comentaristas do canal como Rodrigo Constantino e Alexandre Garcia.
Dessa maneira, uma série de patrocinadores resolveram cortar o patrocínio ao canal. Essa fuga de patrocinadores foi impulsionada pela atual campanha do Sleeping Giants Brasil, que tem alertado diariamente as marcas que anunciam na Jovem Pan de que estão dando dinheiro para um grupo com viés antidemocrático.
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Até esta segunda-feira (16), de acordo com o Sleeping Giants Brasil, 28 patrocinadores romperam com a Jovem Pan.
Entre as marcas que deixaram de anunciar na Jovem Pan, destaque para: Espetinhos Mimi, Boston Medical Group, Toyota, Nissan Brasil, HBO Max BR, Banco Safra, Caoa Chery, 123 Milhas, Use Reserva, Trivago, Colgate e outras.
MPF abre inquérito contra Jovem Pan por incitar atos terroristas e antidemocráticos
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta segunda-feira (9) um inquérito para apurar a conduta da rede Jovem Pan na disseminação de conteúdo desinformativos a respeito do funcionamento das instituições e com potencial para incitar atos terroristas e antidemocráticos.
Para o MPF, a escalada dos movimentos terroristas e golpistas coincide com a veiculação maciça feita pela Jovem Pan de fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional.
Cobertura do ataque terrorista
O órgão também destaca a cobertura feita pela emissora sobre os atos golpistas e terroristas realizados neste domingo (8) em Brasília.
Segundo o MPF, os comentaristas da Jovem Pan minimizaram o teor de ruptura institucional dos atos e, além disso, tentaram justificar as motivações dos terroristas.
Os comentários do jornalista Alexandre Garcia são alvos de destaque do MPF. Segundo o órgão, Garcia fez "uma leitura distorcida da Constituição para atribuir legitimidade às ações de destruição diante do que ele acredita ser um contexto de inação das instituições.
O Ministério destaca uma aspa de Alexandre Garcia considerada grave: "“É o poder do povo”, disse, em alusão ao artigo 1º da Lei Maior. “Nos últimos dois meses as pessoas ficaram paradas esperando por uma tutela das Forças Armadas. A tutela não veio. Então resolveram tomar a iniciativa".
Outro comentarista que é apontado como relativizar e justificar os ataques golpistas é Paulo Figueiredo. Para o MPF, Figueiredo "foi outro a proferir ataques aos Poderes da República e validar os atos de vandalismo. Mesmo quando vândalos já haviam invadido e destruído prédios públicos. O comentarista tentou imputar aos agentes públicos que neles atuam a culpa pelo caos instalado", diz o MP.
Além disso, o MPF também afirma que a Jovem Pan, desde meados de 2022, faz "ataques infundados ao funcionamento das urnas eletrônicas e à atuação de membros do Judiciário".
O bolsonarista radical e golpista Rodrigo Constantino também é apontado como um dos comentaristas que incita ações antidemocráticas.
Caso a Jovem Pan seja condenada ela pode sofrer multas e indenizações por danos coletivo, suspensão da concessão por 30 dias ou a cassação, em caráter definitivo, da concessão.
As determinações do MPF contra a Jovem Pan
O MPF enviou ofício determinando que a Jovem Pan forneça, em até 15 dias, informações detalhadas sobre sua programação e os dados pessoais dos apresentadores e comentaristas dos programas Jovem Pan News, Morning Show, Os Pingos nos Is, Alexandre Garcia e Jovem Pan – 3 em 1. O documento inclui ainda uma notificação para que a empresa se abstenha de promover quaisquer alterações nos canais que mantém no YouTube, seja a exclusão de vídeos, seja tornar sua visualização restrita, pois todo o conteúdo será objeto de investigação minuciosa.
Ao YouTube, o MPF ordenou a preservação da íntegra de todos os vídeos publicados pela Jovem Pan desde janeiro de 2022 até hoje. A plataforma deverá ainda informar em até 30 dias a relação completa dos conteúdos removidos ou cujo acesso público foi restringido pela emissora, para compreender melhor quais razões motivaram essas ações. O YouTube terá também que indicar os vídeos que foram alvo de moderação de conteúdo pela própria plataforma ao longo do ano passado, especificando os fundamentos adotados nesse controle.
A íntegra da decisão do MPF pode ser conferida aqui.