O GLOBO

Globo racha com Collor em Alagoas e entra em batalha judicial

Depois de 44 anos de parceria, Globo começa a temer uso político da emissora nas eleições municipais

O uso político da televisão de Fernando Collor virou um problema para a GloboCréditos: José Cruz/Agência Brasil
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No ano passado, a Globo anunciou que não iria renovar seu contrato com a TV Gazeta, de Alagoas, propriedade do ex-presidente e ex-senador Fernado Collor de Mello.

Collor foi condenado em setembro de 2023 a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um esquema na BR Distribuidora no Supremo Tribunal Federal.

Uma reportagem da Folha de S. Paulo deste domingo mostra que o conflito judicial entre a emissora carioca e a filial alagoana tem ganhado novos contornos.

A Globo entrou na Justiça para tentar encerrar o contrato anteriormente e poder fazer transição para a TV Asa Branca. O argumento é curioso.

A emissora carioca alega que Collor poderia usar a TV Gazeta de maneira política, beneficiando, durante as eleições municipais, aliados políticos ao redor do Estado.

"É fato notório que os proprietários da emissora são líderes políticos locais e, portanto, têm interesse na eleição. Tal cobertura seria idêntica se estivesse sob a responsabilidade da TV Asa Branca, com a qual a Globo já tem contrato assinado para substituir a TV Gazeta? É compatível com decisão anterior que seja o poder público a decidir qual das duas emissoras realizará a mencionada cobertura, por meio de uma decisão judicial? Não é difícil imaginar o que tal precedente pode significar", diz a emissora carioca em sua defesa, segundo o jornal.

Isso não pareceu um problema para a Globo durante os 44 anos de parceria entre a família Collor e a família Marinho. A Globo ainda alega que o contrato deveria ter acabado em 2023 e não em 2024, e apresentou recurso no Supremo Tribunal Federal para se desligar da empresa alagoana.