
O Jornal Nacional, da TV Globo, desta sexta-feira (24) seguiu dando destaque à contradição entre a política adotada pelo ministro interino Eduardo Pazuello e às orientações dadas por técnicos do Ministério da Saúde.
Após apontar, na quinta-feira, que Pazuello ignorou os alertas sobre a importância do isolamento social, o JN expôs que o ministro também deixou de levar em conta os comentários sobre a compra excessiva de hidroxicloroquina pelo governo.
“O comitê técnico do Ministério da Saúde fez dois alertas importantes nas últimas semanas: um sobre a compra de cloroquina, outro sobre a falta de remédios nas UTIs. O ministro Eduardo Pazuello ignorou os dois”, disse o apresentador William Bonner na abertura da matéria.
Na reportagem de Vladimir Netto, o telejornal expões novas atas do Comitê de Operações de Emergência (COE). A primeira, de uma reunião de 29 de maio, mostra que o governo decidiu trazer três toneladas de cloroquina, mas traz um alerta dos técnicos: “Devido a atual situação não é aconselhável trazer uma quantidade muito grande, pois caso o protocolo venha a mudar, podemos ficar com um número em estoque parado para prestar contas”.
O JN ainda aponta que, enquanto sobra cloroquina – segundo ata de 3 de julho, mais de 1 milhão de comprimidos foram devolvidos pelos estados -, “faltavam remédios realmente essenciais para o tratamento de pacientes com Covid”.
“Na reunião de 29 de maio, os técnicos do COE estavam muito preocupados com os baixos estoques de medicamentos, como os usados apra entubar pacientes em UTI. Os técnicos alertaram o governo, mas uma informação foi classificada como importante: não fazer divulgação dos dados de que 267 insumos estavam com risco de desabastecimento”, disse ainda Netto.
