DJ Alok participa de mobilização de indígenas contra Marco Temporal

“Quero que o mundo possa respeitar vocês”, disse Alok em discurso feito em plenária; veja vídeo

Alok no acampamento Marco Temporal Foto: Indi Gouveia/Mídia Ninja
Escrito en MOVIMENTOS el

O DJ Alok, um dos principais artistas da música eletrônica, se juntou aos mais de 6 mil indígenas de 170 povos que se mobilizam em Brasília em defesa da demarcação de suas terras. A luta contra o Marco Temporal, que será apreciado no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (25), promoveu a maior mobilização indígena pós-constituinte.

Segundo informações do Raphael Veleda, do Metrópoles, o artista participou de plenária e discursou no local. "Interrompi meus projetos para fazer um disco baseado na cultura indígena, e os lucros desse disco serão revertidos para a causa de vocês, que também é minha”, afirmou o DJ.

“Quero que o mundo possa respeitar vocês, quero ajudar a divulgar a mensagem de vocês”, disse ainda Alok no acampamento dos povos indígenas. “Nunca me exponho dessa maneira, mas por vocês vale a pena”, completou.

Povos indígenas contra o Marco Temporal

O acampamento “Luta Pela Vida” conta com intensa programação, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Com o lema “Nossa história não começa em 1988”, a mobilização tem como principal objetivo impedir a aprovação do Marco Temporal.

Na quarta, o STF vai analisar ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, da TI Ibirama-Laklãnõ. O tema, no entanto, tem “repercussão geral” e servirá de diretriz para todos os procedimentos demarcatórios. Caso o STF vote pela reintegração, vai sustentar uma tese defendida por ruralistas de que os povos indígenas só teriam direito à demarcação das terras que estivessem em sua posse até a promulgação da da Constituição – ou seja, a tese do Marco Temporal.

A Apib afirma que “tese é injusta porque desconsidera expulsões, remoções forçadas e todas as violências sofridas pelos indígenas até a promulgação da Constituição”. “Além disso, ignora o fato de que, até 1988, eram tutelados pelo Estado e não podiam entrar na Justiça de forma independente”, diz.

https://twitter.com/MidiaNINJA/status/1430592718472892420
https://twitter.com/eixopolitico/status/1430589583171928070
https://twitter.com/_alineramos/status/1430589035647471624
https://twitter.com/raphael_veleda/status/1430583299940962310
https://twitter.com/Metropoles/status/1430599671110684673