Palco de protesto, igreja de Curitiba e organizadores de manifestação farão ato conjunto

Vereador Renato Freitas (PT-PR) e militantes de esquerda fizeram um protesto por justiça ao congolês Moïse na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, o que gerou nota de repúdio da Arquidiocese local

Protesto por justiça a Moïse em frente a igreja de Curitiba (Reprodução/Instagram)
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Após a polêmica diante do protesto realizado por militantes de esquerda na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, em Curitiba (PR), no último sábado (5), a arquidiocese da cidade acordou com os organizadores do protesto a realização de um ato conjunto "pela paz" no próximo sábado (12), acompanhado de uma missa.

O protesto em questão pedia justiça ao congolês Moïse Kabagambe, assassinado de maneira brutal no Rio de Janeiro. Liderados pelo vereador Renato Freitas (PT-PR), os manifestantes chegaram a entrar na igreja, o que gerou discussão nas redes sociais e até mesmo uma nota de repúdio da arquidiocese local.

Renato Freitas, no entanto, afirmou que o protesto foi pacífico e que os manifestantes entraram na igreja quando a missa já havia acabado. "Gostaria de ressaltar que não houve invasão a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, pois ela se encontrava aberta e a missa já havia terminado (...) Entramos na Igreja como parte simbólica da manifestação e de forma pacifica enfatizamos que nenhum preceito religioso supera o amor e a valorização da vida, todas as vidas, inclusive as negras", escreveu o vereador através das redes sociais.

Após a polêmica, o petista se reuniu com pessoas responsáveis pela administração da igreja, bem como auxiliares do padre e da arquidiocese, e combinaram o ato conjunto do próximo sábado. Segundo ele, haverá uma atividade junto à população de rua "para estreitar os laços, evitar conflitos e ampliar o diálogo". O ato está previsto para começar às 17h.

A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito foi construída 1737 por negros e para os negros, já que eles não podiam frequentar as igrejas dos brancos. "Então essa igreja tem um valor simbólico enorme pra gente. Por isso a gente entrou e reivindicou a valorização da vida", disse ainda Renato Freiras.

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