CRISE

“Inadmissível”, diz coordenador dos petroleiros sobre reajuste dos combustíveis

Dieese/seção FUP aponta que, desde a adoção da paridade internacional, em 2016, a gasolina e o óleo diesel aumentaram 157% e o gás de cozinha, 349,3%

Novos preços assustam.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, classificou o novo reajuste dos combustíveis, anunciado nesta quinta-feira (10) pela Petrobras, como “inadmissível”.

“Os aumentos colossais são mais uma demonstração da falta de respeito do governo Bolsonaro e da gestão da Petrobras com o Parlamento e com o povo brasileiro”, disse Bacelar.

Ele se referiu ao fato de que o anúncio ocorreu enquanto estava em votação, no Senado Federal, projeto de lei para a estabilização dos preços dos combustíveis.

Bacelar mencionou levantamento do Dieese/seção FUP, segundo o qual, desde a adoção do Preço de Paridade de Importação (PPI), em outubro de 2016, a gasolina e o óleo diesel, na refinaria, tiveram reajuste de 157%, ante uma inflação de 31,5% no período.

No gás de cozinha, a alta acumulada foi ainda maior, de 349,3%. Os cálculos já consideram os aumentos anunciados nesta quinta pela estatal, de 18,8% na gasolina, de 24,9% no diesel, e de 16,1% no gás de cozinha, que entrarão em vigor nesta sexta (11).

O PPI se baseia na cotação do petróleo no mercado internacional, na variação do dólar e nos custos de importação de derivados, sem considerar custos nacionais de produção, mesmo o Brasil sendo autossuficiente na produção de petróleo.

Líder da greve dos caminhoneiros de 2018 quer parar o país

A alta de 24,9% no preço do diesel e 18,8% na gasolina, anunciada nesta quinta-feira (10) pela Petrobras, vai quebrar o setor de logística do país e contra isso os caminhoneiros têm que parar o país, segundo Wanderley Alves, o Dedeco, um dos principais líderes da greve da categoria que paralisou o país em 2018.

"Os caminhoneiros autônomos e os empresários de transporte têm que se unir e parar o país. Ninguém vai aguentar. As transportadoras que têm 500, mil caminhões, com milhares de funcionários para pagar, vão quebrar", afirmou em entrevista a Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo.