PROTESTO

Trabalhadores em Educação de MG promovem manifestação em defesa do Piso Salarial

“O governo está oferecendo milhões dos recursos da Educação, em troca de municipalização de escolas estaduais”, denuncia coordenadora do Sind-UTE/MG

O ato foi na sede oficial do governo do estado de MG.Créditos: Luiz Rocha/Sind-UTE/MG
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O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) promoveu, nesta sexta-feira (6), uma manifestação em defesa da política do Piso Salarial Profissional Nacional. O ato ocorreu na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, sede oficial do governo estadual.

A categoria também paralisou as atividades no quinto dia útil do mês, data em que os salários são depositados nas contas dos trabalhadores.

Denise Romano, coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, relata que se trata de uma paralisação estadual. “Viemos cobrar o nosso Piso Salarial Profissional Nacional. O governo do estado judicializou as derrotas que teve no parlamento mineiro e não nos paga o Piso”, conta.

O governador Romeu Zema (Novo) ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), no Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de barrar o reajuste de 33,24% do Piso/2022, aprovado na Assembleia Legislativa de Minhas Gerais (ALMG).

Ele também entrou com uma Adin no Tribunal de Justiça do Estado, pedindo a anulação de toda a legislação estadual que resguarda o Piso Salarial.

“O mais grave é que ele está utilizando os recursos da Educação para entregar o ensino fundamental aos municípios, oferecendo milhões, em troca de municipalização de escolas estaduais. É um absurdo o que o governo Zema está fazendo. Pega o recurso do Piso, que é para pagar remuneração, salário dos trabalhadores, recursos do Fundeb, em troca da municipalização de escolas estaduais”, denuncia Denise.

Protesto na Cidade Administrativa - Foto: Luiz Rocha/Sind-UTE/MG

Categoria combate municipalização e privatização da Educação pública

A manifestação desta sexta também se dedicou, justamente, à luta contra os projetos “Mãos Dadas” e “Somar” do governo, que municipaliza os anos iniciais do ensino fundamental e privatiza a gestão das escolas estaduais de ensino médio.

O sindicato já denunciou as consequências do “Mãos Dadas”. Uma delas é o déficit financeiro às prefeituras, com o aumento do número de matrículas na rede municipal e um desemprego estrutural na categoria. Os trabalhadores em Educação atingidos pelo “Somar” sofrem com o desrespeito de direitos trabalhistas, como o atraso dos salários, aponta a entidade.

“Então, hoje, no quinto dia útil, com o salário depositado na conta, nós viemos aqui dizer que os 10,06% não são suficientes para recompor o que o estado nos deve. O estado nos deve o reajuste do Piso de 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e de 2022. É isso que o governo do estado nos deve e é isso que nós viemos aqui cobrar”, acrescenta a sindicalista.