PETROBRAS

“Aprovação de Paes de Andrade é puxadinho eleitoreiro de Bolsonaro”, diz diretor da FUP

Federação Única dos Petroleiros e Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras vão entrar com ações judiciais contra nomeação

Petroleiros protestaram em frente ao prédio da Petrobras no RJ.Créditos: Dani Dacorso/FUP
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) anunciaram, nesta segunda-feira (27), que vão ingressar com ações judiciais contra nomeação de Caio Paes de Andrade, indicado por Jair Bolsonaro (PL), à presidência da Petrobras.

A aprovação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras é mais um puxadinho eleitoreiro de Bolsonaro. A decisão do conselho de administração da empresa é ilegal, pois o currículo e a experiência profissional do indicado são reconhecidamente insuficientes para gerir a maior empresa do Brasil, o que fere a Lei das Estatais”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

A avaliação foi feita depois do resultado da reunião do conselho de administração (CA) da empresa, realizada na manhã desta segunda.

A FUP e a Anapetro vão entrar com ações judiciais contra a decisão do CA para evitar o que chamam de “maiores instabilidades à empresa”. As ações vão também questionar a não convocação de assembleia geral extraordinária da Petrobras para tratar do tema.

Em outra frente, as duas entidades protocolaram, nesta segunda, denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a ilegalidade da aprovação do nome do indicado de Bolsonaro.

A expectativa é que a aprovação seja anulada. “Um ato administrativo que aprove um ato ilegal não torna ele legal. A CVM tem que averiguar isso”, declarou o advogado Ângelo Remédio, da Advocacia Garcez, que representa os petroleiros no caso.

Durante a manhã, a categoria promoveu um ato na porta do Edifício Senado, atual prédio da empresa no Centro do Rio de Janeiro, contra a indicação de Andrade, contra a privatização da empesa e a política de preço de paridade de importação (PPI), que reajusta preços dos combustíveis com base na cotação internacional do petróleo, variação cambial e custo de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo.

Dani Dacorso/FUP

Governo Bolsonaro promove seguidos reajustes abusivos no diesel, gasolina e GLP

No governo Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e junho de 2022, o diesel nas refinarias subiu 203%; a gasolina, 169,1%; e o GLP, 119,1%, segundo dados elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/seção FUP), com base em levantamentos da Petrobras.

Enquanto isso, o salário mínimo aumentou 21,4% no período. Já a inflação, medida pelo IPCA/IBGE, acumulou 25,7% nos mesmos meses.