ATO UNIFICADO

Petroleiros protestam contra venda de refinaria em MG e ameaçam greve histórica

O ato feito pela Federação Única dos Petroleiros e Federação Nacional dos Petroleiros foi realizado na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG)

Os trabalhadores são contra a privatização da Regap.Créditos: Comunicação FUP
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos realizaram, na manhã desta segunda-feira (18), um grande ato unificado contra a privatização da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), que está sendo vendida pela Petrobras a preço de banana e sem transparência.

O ato nacional, realizado no gramado da Regap, teve a participação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e contou com a presença dos coordenadores das federações, que representam os 18 sindicatos de petroleiros no Brasil.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, alertou para os impactos da venda das refinarias da Petrobras e, particularmente, da Regap, que produz 66% da gasolina, 52% do diesel consumidos em Minas Gerais e é responsável por 7% do refino nacional.

Além da mobilização em Minas Gerais, houve atos contra a venda da Regap em diversas bases da FUP, como na Refinaria Lubrificantes e Derivados (Lubnor), no Ceará; na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; na Refinaria de Capuava, em Mauá (SP); na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense (RJ); na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, entre outras.

O coordenador do Sindipetro (MG), Alexande Finamori, lembrou “que não tem debate técnico sobre a privatização da Petrobras, é uma escolha política”, destacando que a privatização vai deixar os combustíveis ainda mais caros, como aconteceu com a refinaria da Bahia, a Rlam, após a privatização.

“O ato durou perto de três horas. Marcaram presença dirigentes de todo o Brasil. A categoria parou lá fora, mais de 100 trabalhadoras e trabalhadores, entendendo a importância do ato. Foi um debate muito importante, tanto para a base observar que nós não estamos sozinhos em defesa da refinaria de Minas Gerais, quanto para os dirigentes nacionais verem a energia de Minas, que está disposta a fazer a luta em defesa da Regap”, afirmou Finamori.

“Nós vamos fazer denúncia para a sociedade, porque essa privatização é uma entrega do nosso patrimônio, a entrega da única refinaria de Minas Gerais e as consequências levarão ao aumento nos preços dos combustíveis, para além de prejuízos fiscais, já que é comum essa prática de empresa privada pedir isenção fiscal. A Regap é hoje a maior pagadora de imposto de Minas Gerais e, principalmente, de Betim. A refinaria entrega de imposto para Betim mais do que a própria cidade gasta com saúde ou educação”, acrescentou o dirigente.

“Foi um ato muito importante para mostrar a unidade da luta, para reafirmar nossa energia de comprar a luta em defesa da Regap e, também, foi um espaço de denúncia para a sociedade, mostrando os prejuízos da privatização. Nós já estamos em estado de greve aprovado. Se houver indícios que a refinaria Regap será vendida no próximo conselho de administração, que é onde delibera sobre o avanço do processo, nós iniciaremos uma greve em, Minas Gerais”, completou Finamori.

O coordenador da FUP ratificou o posicionamento: “A FUP vem alertando que, se o governo e o Congresso Nacional derem andamento a qualquer proposta de privatização da Petrobras, o país enfrentará a maior greve da história”, afirmou.

FUP tem nova rodada de negociação com a Petrobras

Em resposta à cobrança da FUP de retomada das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a gerência de Recursos Humanos da Petrobras agendou reunião para esta terça-feira (19), no Rio de Janeiro. A reunião será presencial e com participação da Transpetro, da PBIO, da TBG e da Termobahia.

Em documento enviado à Petrobras na semana passada, a FUP cobrou “uma proposta digna de Acordo Coletivo, que atenda às principais reivindicações da categoria”. A primeira contraproposta apresentada pela empresa foi rejeitada por unanimidade pelas assembleias da categoria.