Movimentos sociais convocam a população para o Ato Nacional de Lançamento do Plebiscito Popular, que acontecerá, nesta quinta-feira (10), em São Paulo. O evento tem como objetivo organizar o lançamento do Plebiscito Popular 2025, que deve ter como principais pautas a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, o fim da escala 6x1 e a tributação justa.
Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, nesta terça (8), o jornalista e ativista Igor Felippe ressaltou que, nos últimos 30 anos, a população vem organizando plebiscitos populares para fazer pressão no poder público para votação de projetos que beneficiem a sociedade.
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"Então, a ideia dos movimentos populares, das centrais sindicais, do movimento estudantil é realizar um plebiscito neste ano com três perguntas: uma relacionada à redução da jornada de trabalho sem redução salarial, outra relacionada ao fim da escala 6x1 e a terceira sobre a taxação do ricos para isentar os trabalhadores e os setores médios do imposto de renda", explicou Igor.
O ato nacional está sendo organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e vai acontecer o Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco, a partir das 18h30.
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Igor também esclareceu que o plebiscito deve acontecer nos meses de agosto e setembro a partir do trabalho dos militantes dos movimentos sociais que irão marcar presença em bairros, locais de trabalho e na periferia. Ele acrescentou que o movimento está organizando duas metodologias: uma utilizando a urna tradicional e outra através de um QR Code.
O jornalista destacou, porém, que "um dos grandes objetivos do plebiscito é levar a militância e os lutadores do povo, aqueles que estão empenhados nesse debate, a fazer o diálogo com a população olho no olho, corpo a corpo, para conversar e avançar no trabalho de base, de sensibilização e de convencimento em relação a esse temas que são fundamentais".
"Abril Vermelho" e a reforma agrária
Igor também falou sobre a mobilização do Movimento Sem Terra (MST) que realiza neste mês o "Abril Vermelho", campanha que busca reforçar a cobrança pela reforma agrária. Ele ressaltou que o movimento está se organizando para cobrar o assentamento de 65 mil famílias que estão acampadas por todo o país.
"Ontem, foram realizadas ações em 15 ocupações de terra, marchas, protestos em prédios públicos para cobrar o avanço da reforma agrária", afirmou. "Esse é o ano da reforma agrária, porque veja, nos últimos dois anos, o governo fez muito pouco em relação à reforma agrária", acrescentou Igor.
Ele destacou que até o último anúncio feito pelo presidente Lula (PT) em março, em que entregou 2.297 lotes para famílias acampadas em 138 assentamentos rurais em 24 estados, o governo ainda não havia feito nenhuma medida para fomentar a reforma agrária. "Isso é uma vergonha", disse.
"Então, o movimento vai fazer uma grande jornada de lutas para que possa avançar nesse ano, porque ano que vem é eleição. Ano que vem é muito difícil você avançar nas políticas públicas. Então, o governo vai conseguir executar até o final o que ele iniciar nos próximos meses", avaliou Igor.
Confira a entrevista completa do jornalista Igor Felippe ao Fórum Onze e Meia
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