
Foi lançada, na terça-feira (1), a campanha Solidariedade Internacional com o Brasil – Apoie os Movimentos na Linha de Frente Contra a Covid-19.
A iniciativa de solidariedade às populações vulneráveis no Brasil parte de coletivos formados por brasileiros que vivem no Canadá, nos Estados Unidos e em vários países da Europa, em articulação com movimentos sociais brasileiros, com o intuito de fortalecer a luta dos diversos grupos que trabalham no enfrentamento aos efeitos nefastos da Covid-19 no país.
A ideia inicial é levantar fundos, a princípio no valor de 50 mil dólares canadenses (cerca de R$ 180 mil), que serão destinados a organizações brasileiras como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Coordenação Nacional da Articulação das Comunidades Quilombolas (CONAQ), a Rede Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais, o Mutirão do Bem-Viver, a União dos Centros de Educação Popular dos Trabalhadores Negros e Negras (Uneafro), o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto (MTST) e o Movimento Periferia Vivapop.
Todos esses movimentos têm históricas ligações com populações vulneráveis no país, que vivem em aldeias, quilombos, favelas, no campo e nas periferias das grandes cidades. A pandemia acentuou ainda mais o desamparo do poder público, falta emprego e falta comida, faltam itens básicos de proteção contra o contágio e estão, todos, às margens do sistema público de saúde.
Os recursos serão encaminhados pela organização de solidariedade internacional, Comitê para os Direitos Humanos na América Latina (CDHAL), com sede em Montreal, Canadá. “A única saída para esta crise econômica, política, e agora sanitária é a auto-organização social. A campanha visa estimular e honrar esses métodos ancestrais de resistência, pois para dar fim a esse governo nós precisamos sobreviver a ele”, diz Alessandra Devulsky, representante do Coletivo Brasil-Montréal e professora da faculdade de direito da UQAM.
O movimento também tem como intuito dar visibilidade internacional à luta dos movimentos populares brasileiros e às populações que se encontram em extrema vulnerabilidade durante a pandemia.
A mobilização, com forte penetração nas redes sociais, vai até o dia 15 de outubro.