Grazi Massafera fala sobre assédio de produtor casado em novela e critica Bolsonaro

Atriz da Globo, Grazi Massafera diz que começou a estudar feminismo e racismo após conversa com a colega Taís Araújo. "Cansei dessa história de ser Cinderela, sabe? Sou mais do que isso"

Grazi Massafera (Reprodução/Twitter)
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Estudando racismo e feminismo a convite da colega Taís Araújo, a atriz Grazi Massafera contou em entrevista ao jornal O Globo sobre ter sofrido assédios na carreira, inclusive em uma das novelas da emissora quando "um produtor casado na equipe dava em cima de mim", revelou sem entrar em detalhes sobre o caso.

"Houve um momento profissional em que estava numa novela, e tinha um produtor casado na equipe que dava em cima de mim. Deixei claro que “não”. E, a partir daí, ele começou a me menosprezar, boicotar e destratar no que se referia às questões da personagem. Eu não tinha mais retorno dele, e tudo foi se tornando muito difícil. Ainda estava amadurecendo como atriz, precisando de um auxílio, mas tive a infelicidade de lidar com esse tipo de gente", contou.

Em seguida, Grazi revelou os motivos das críticas a Jair Bolsonaro nas redes sociais.

"Não apoio um governo que não valorize questões de humanidade ou retroceda justamente nos aspectos que estou estudando", disse a atriz, que confirmou o fim do namoro com Caio Castro.

Estudos
Grazi diz que começou os estudos sobre feminismo e racismo após uma ligação de Taís Araújo.

"Assisti duas vezes à peça “O topo da montanha” (espetáculo sobre Martin Luther King estrelado por Taís e o marido, Lázaro Ramos), e ela me perguntou: “Não quer saber mais sobre a sua história?”. Pela nossa história, entendemos a estruturação do racismo, os benefícios que nós, brancos, temos e a omissão sobre a escravidão. Estou estudando sobre eugenia também. Isso me causa náuseas e arrepios pelo corpo, de tamanha crueldade", contou.

Loira de olhos azuis, a atriz diz que foi "criada na época em que os contos de fadas tinham aquelas princesas idealizadas e houve um momento em que acreditei nessa narrativa" e que quer se livrar dessa "história de Cinderela".

"Isso vende. Fui criada na época em que os contos de fadas tinham aquelas princesas idealizadas e houve um momento em que acreditei nessa narrativa. Então, não julgo quem fez isso. Existe essa história na minha vida, da menina pobre que veio do interior. É muito legal, estimula muita gente, mas não se sustenta. Cansei dessa história de ser Cinderela, sabe? Sou mais do que isso".