MEDO APÓS SE DEFENDER

Frentista que reagiu a assédio diz que foi tocada nas partes íntimas: "Estamos cansadas"

Funcionária de posto de combustíveis de Porto Alegre que bateu no assediador ficou abalada após o episódio, se afastou do trabalho e pediu medida protetiva

Frentista reagiu a assédio em posto de Porto Alegre.Créditos: Reprodução
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A frentista de um posto de combustíveis de Porto Alegre (RS) que reagiu a um assédio está abalada psicologicamente e teme represálias. O vídeo que mostra a mulher agredindo o assediador após ser tocada por ele viralizou nas redes sociais. 

Conforme noticiado pela Fórum, o assédio ocorreu na noite do último domingo (15). A funcionária do posto, que prefere não divulgar seu nome, estava em sua pausa, tomando um café na loja de conveniência, quando foi tocada pelo homem. A princípio, com base nas imagens, foi divulgado que ele teria tocado sua coxa. Em entrevista ao site Universa, no entanto, a mulher disse que o assediador tocou, na verdade, suas partes íntimas

"Foi muito rápido, nem deu tempo de reagir. Ele colocou as mãos em minhas partes íntimas. Não foi na coxa ou no meu bolso, como comentaram, foi na virilha. Eu fiquei muito nervosa. Nunca tinha sofrido nada parecido", declarou. 

O homem é frequentador do posto e a funcionária já o conhecia. Segundo ela, o assediador aparecia diariamente, comprava balas e distribuía a ela e outros funcionários. A mulher garante, no entanto, que não tinha qualquer relação com ele e só o conhecia por nome. 

"Nós, mulheres, estamos cansadas de tantos casos de violência, assédio e importunação. A maioria de nós tem medo, receio do que pode ocorrer depois. A raiva foi tanta que eu parti para cima dele, não acho que fiz certo, mas só quis revidar, mostrar que ele não pode fazer o que quiser", disse ainda. 

A frentista, após o ocorrido, ficou abalada psicologicamente, procurou ajuda de um médico e se afastou do trabalho. Além disso, temendo represálias, pediu uma medida protetiva junto à Delegacia da Mulher de Porto Alegre. 

"Eu estou três dias de atestado, me abalei muito. Fui procurar um profissional porque repercutiu muito. Estou com receio, é posto, tem movimento intenso, não estou preparada para isso. As pessoas me criticam, dizem que eu conhecia e aceitava bala dele, que eu errei em denunciá-lo porque ele tem problemas", detalhou. 

O homem que praticou o assédio já foi identificado pela Polícia Civil e ele deve prestar depoimento nos próximos dias. A delegacia responsável pelo caso coleta ainda depoimentos de testemunhas e analisa as imagens do circuito interno do posto de combustíveis. Se condenado, o homem pode pegar até 5 anos de prisão

Assista ao vídeo que mostra a reação de frentista ao assédio