Preso por assassinar a ex-esposa na frente do filho, Marcius dos Reis Resener de Oliveira, falso advogado criminalista, se dizia ser especialista na defesa de homens que eram acusados pela Lei Maria da Penha. Porém, ele não possui inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ou seja, não poderia exercer a profissão no país.
Durante entrevista, concedida em fevereiro de 2023, a uma emissora do Rio de Janeiro, ele se posicionou contrário à lei, afirmou que a maior parte das mulheres mente nas denúncias e que os maiores prejudicados são os filhos. O criminoso também fazia sucesso em podcasts.
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Na mesma entrevista, Marcius, que também se apresentava como pastor, psicanalista e policial, declarou que sofreu violência doméstica por parte de Aline da Silva Resener de Oliveira, a quem assassinou a tiros. Ele disse que a mulher bateu no filho e gravou a agressão para atingi-lo.
Uma semana antes de ser assassinada, Aline registrou duas ameaças de morte que havia sofrido. Uma foi encaminhada pela atual namorada do criminoso, Rafaella Azevedo Calheiros Regis, que foi presa como cúmplice no crime de feminicídio.
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Em 2021, Marcius não aceitou que a guarda do filho ficasse com a mãe, depois da separação e sequestrou a criança, que só foi achada mais de um ano depois em Brasília.
A Polícia Civil já tinha feito dois pedidos de prisão contra ele, um em outubro de 2022 e a outro em abril de 2023. Porém, a Justiça do Rio negou, estabelecendo que o assassino deveria somente respeitar o distanciamento cautelar de 300 metros da vítima.
Filho da vítima, de 8 anos, está traumatizado
O corpo de Aline foi sepultado na última semana. Na cerimônia, Marli Oliveira da Silva, mãe da vítima, relatou que o menino de 8 anos está traumatizado por ter presenciado a morte da mãe e repete insistentemente: “Meu pai matou minha mãe com dois tiros na cabeça”.
Ela foi morta na frente do menino. Marcius foi preso em flagrante enquanto tentativa fugir com a criança. Ele contou com a ajuda da atual companheira, Rafaella, também detida.
A prisão de ambos foi convertida em preventiva pelo juiz Bruno Rodrigues Pinto, que considerou o casal perigoso e um risco para as testemunhas.
Para se defender, Rafaella disse estar grávida e Marcius alegou ter problemas psiquiátricos. Mesmo assim, os dois permanecerão presos durante a investigação.