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A velocidade média do trânsito de São Paulo é de 15 km/h. O transporte é um problema crônico, levando os 20 milhões de habitantes da região metropolitana que se deslocam cotidianamente a gastarem horas fechados dentro de um carro ou amassados no transporte público. Essa situação já é conhecida. Mas o que poucas pessoas sabem é como as águas dos rios da cidade deram espaço aos carros.
Essa história é contada no documentário Entre Rios. Em pouco mais de 20 minutos, o vídeo narra como a São Paulo de Piratininga, que nasceu entre os Rios Tamanduateí e Anhangabaú, transformou-se num lugar onde a população não nota a existência de qualquer água corrente. Todos os rios foram canalizados. Hoje 7 milhões de automóveis circulam sobre córregos. “A urbanização foi tão violenta que ocupou o lugar dos rios. Fomos nós que criamos as enchentes”, diz a professora do Departamento de Geografia da USP, Odette Seabra, no filme.
Mais do que darem lugar aos carros, os rios tornaram-se canais de escoamento de água e esgoto. Tudo isso está ligado a decisões políticas que vêm priorizando um urbanismo rodoviarista. Desde quando optou-se pelo projeto de Prestes Maia, prefeito de 1938 a 1945, em detrimento da proposta do engenheiro Francisco Saturnino de Brito, que pretendia garantir a integridade da várzea do Rio Tietê.
Mas como afirma outro entrevistado de Entre Rios, o professor da FAU/USP, Alexandre Delijaicov, felizmente a cidade é “uma obra de arte aberta e inconclusa”. Quem sabe ainda dê para mudar essa realidade.
Veja abaixo o documentário Entre Rios, realizado em 2009 como trabalho de conclusão de Caio Silva Ferraz, Luana de Abreu e Joana Scarpelini no curso em Bacharelado em Audiovisual no SENAC-SP.
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