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"Em seis mandatos como deputada federal, onde liderei a bancada do PCdoB por duas vezes e enfrentei diversos embates, jamais fui sujeitada à violência física ou incitação à violência contra mulher", afirmou a parlamentar em relato postado em sua página oficial no Facebook
Por Redação*
[caption id="attachment_64840" align="alignleft" width="300"] Roberto Freire e Jandira Feghali discutem durante a votação das MPs 664 e 665 (Foto: Luis Macedo /Câmara dos Deputados)[/caption]
Na última quarta-feira (6), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi insultada, no plenário da Câmara, durante a votação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que limitam o acesso a direitos trabalhistas. "Mulher que participa da política e bate como homem, tem que apanhar como homem também", disse a ela o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), em discurso.
A confusão teria começado quando Feghali interveio em um início de discussão entre Orlando Silva (PCdoB-SP) e Roberto Freire (PPS-SP). Neste momento, Freire a teria empurrado. "Pegou meu braço com força e o jogou para trás", relatou. Em seguida, Fraga, que estava próximo, se apossou do microfone e ofendeu a parlamentar com colocações machistas. "Mulher que participa da política como homem, tem que apanhar como homem", disse. Após proferir as palavras polêmicas, ainda reiterou sua posição: "É isso mesmo, é isso mesmo, presidente".
A reação foi imediata e houve protesto à fala de Fraga. “A violência contra a mulher não é o Brasil que eu quero ver”, gritaram várias deputadas. Feghali apelou ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que tomasse alguma providência, mas ele apenas respondeu que não tem "condição de censurar a palavra de quem quer que seja".
"É assustador o que está acontecendo nesta Casa. Em trinta anos de vida pública jamais passei por tal situação. Em seis mandatos como deputada federal, onde liderei a bancada do PCdoB por duas vezes e enfrentei diversos embates, jamais fui sujeitada à violência física ou incitação à violência contra mulher", afirmou a parlamentar em relato postado em sua página oficial no Facebook. Ela prometeu processar Fraga.
Também em sua fanpage, Alberto Fraga se posicionou. "Eu me referia a apanhar no sentido político, no debate das ideias. Reafirmo uma postura que tem permeado minha vida pública e privada: não defendo e jamais defendi a violência contra a mulher ou contra qualquer pessoa", argumentou. Já Roberto Freire declarou que foi "mal interpretado": “Em 40 anos de vida parlamentar jamais cometi qualquer atitude de agressão”.
*Com informações da Rede Brasil Atual