PSOL pede cassação de Carla Zambelli por negociação de vaga do STF com Moro

Partido também avalia que a deputada assumiu ter solicitado informações de investigações da PF para proteger Bolsonaro

Carla Zambelli (Foto: Reprodução YouTube)
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A bancada do PSOL protocolou representação na Câmara nesta segunda-feira (27/4) contra a deputada federal Carla Zambelli (PSL/-SP). O partido acusa a parlamentar de atuar para evitar investigações da Polícia Federal, que envolvem filhos e aliados do presidente Jair Bolsonaro, e de negociar uma vaga no Supremo Tribunal Federal para o ex-ministro Sergio Moro.

"Zambelli assumiu em rede nacional na CNN que solicitava informações a Moro sobre investigações a respeito de autoridades. É inadmissível que isso seja tratado com naturalidade. É um crime que uma autoridade de outro poder use sua relação no Executivo para obter informações privilegiadas. Isso se soma ao fato de que tentou interferir na escolha do diretor da Polícia Federal barganhando uma vaga no STF. É corrupção da mais nojenta e não vamos aceitar", afirma a líder do PSOL, Fernanda Melchionna (RS).

Na última sexata-feira (24), Moro exibiu parte das mensagens que trocou por WhatsApp com Zambelli, no Jornal Nacional, da TV Globo. No dia seguinte, a deputada também exibiu mensagens que trocou com o então ministro da Justiça, na CNN Brasil.

Na conversa, Zambelli escreve: "Vamos marcar com o presidente no Alvorada. A gente conversa e ele lhe garante a vaga no STF este ano”. NA avaliação do PSOL, as mensagens e as declarações da deputada na entrevista confirmam que ela "participava ativamente das negociações para evitar as investigações contra o clã Bolsonaro, através no aparelhamento e controle político da Polícia Federal. Além disso, Zambelli também sugere que o Moro aceite a mudança no comando da PF em troca de uma vaga no Supremo".

Para o PSOL, Zambelli é mais uma peça na engrenagem que tem por objetivo blindar o presidente e seus aliados diante das investigações da PF. O partido destaca ainda que, além de tipos penais, a deputada praticou conduta incompatível ou atentatória ao decoro parlamentar, abusando das prerrogativas constitucionais e violando o Código de Ética e Decoro.

O caso deve ser investigado por Corregedoria e Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

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