Pesquisa revela Brasil dividido em relação a "Auxílio Brasil"; Bolsonaro não ganha votos

Levantamento também mostra que mesmo nas classes sociais mais populares há divisão entre aprovação e reprovação

Jair Bolsonaro tosse em discurso em Miracatu, no interior de São Paulo (Reprodução)
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Levantamento feito pela Genial/Quaest sobre a opinião do eleitorado brasileiro sobre o programa "Auxílio Brasil" que, com um valor de R$ 400, visa substituir o "Bolsa Família", revela que, por hora, os ganhos políticos do presidente Bolsonaro são mínimos e há o risco de perder votos.

Todavia, esses números podem mudar quando o programa for executado e as pessoas começarem a receber o auxílio.

Porém, neste momento uma alta parcela do eleitorado revela ter conhecimento do programa, mas se divide na hora de opinar se o governo tomou a decisão certa ou errada ao ter optado pelo valor de R$ 400.

Nível de conhecimento do programa Auxílio Brasil

À pesquisa, 70% dos entrevistados revelaram ter conhecimento do programa, e 53% afirmaram saber do risco fiscal que o programa pode trazer ao país por conta do furo no teto de gastos.

Quando divido por renda, 67% das pessoas que recebem até 2 salários-mínimos revelaram ter conhecimento; de 2 salários até 5 salários-mínimos, 72% afirmaram conhecer; no grupo que recebe mais de 5 salários, 69% revelaram ter conhecimento.

Questionados sobre os riscos fiscais em torno do "Auxílio Brasil", 45% das pessoas do grupo de até 2 salários-mínimos declararam ter conhecimento; até 5 salários, 54% revelaram ter conhecimento; acima de 5 salários, 64% têm conhecimento do risco fiscal do programa.

Certo ou errado?

Também foi questionado aos entrevistados se o governo está tomando a decisão certa ou errada ao propor o aumento do valor a ser pago pelo Auxílio Brasil. Aqui o eleitorado se mostrou dividido: 42% apoiam a decisão, enquanto 44% são contrários.

A questão foi dividida entre os grupos que apoiam o presidente Bolsonaro e os contrários: entre os apoiadores do presidente, 59% declararam apoio à decisão de aumentar o valor; no grupo anti-Bolsonaro, 57% se colocam contra o aumento do valor.

Divididos por renda: 47% daqueles que recebem até 2 salários-mínimos apoiam o aumento, 38% reprovam; entre os que recebem até 5 salários-mínimos, 37% aprovam e 51% reprovam; no grupo que recebe acima de 5 salários-mínimos 45% aprovam e 43% reprovam.

Essa questão também foi feita por região: no Sul 42% aprovam e 47% reprovam; no Sudeste 39% aprovam e 45% reprovam; no Norte 56% aprovam e 37% reprovam; no Nordeste 44% aprovam e 42% reprovam; e no Centro-Oeste 45% aprovam e 48% reprovam.

Ganhos políticos?

Um dado importante que a pesquisa da Genial Quaest traz é em torno da pergunta sobre qual seria a chance de votar em Bolsonaro como consequência da decisão de lançar o Auxílio Brasil no valor de R$ 400.

Apenas 25% declaram que poderiam votar em Bolsonaro por causa do programa, enquanto 54% responderam que as chances de votar no presidente diminuem.

No grupo pró-Bolsonaro, 84% afirmaram que aumentam as chances de votar no presidente por causa do programa, enquanto no grupo anti-Bolsonaro, 81% afirmaram que diminuem as chances de votar em Bolsonaro.

Simpatia por Lula e Bolsonaro

Além disso, o programa, pelo menos até momento, o programa não alterou a simpatia ou antipatia pelo presidente Bolsonaro e pelo ex-presidente Lula

O universo dos entrevistados da pesquisa também foi questionado por sua simpatia e antipatia por Lula e Bolsonaro, e os números refletem as últimas pesquisas de intenção de voto:

53% se declararam simpatizante por Lula e 37% por Bolsonaro. No sentido inverso, 39% se declararam anti-Lula e 58% anti-Bolsonaro.

A rodada especial da pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 23 e 24/10 por meio de 1.033 entrevistas presenciais domiciliares em 50 municípios. A margem de erro é de 3.1 pontos percentuais.