O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) afirmou nesta segunda-feira (15) que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, se explique sobre a denúncia de que teria omitido do governo que sua filha, Paula Drumond Guedes, segue como diretora da offshore mantida por ele nas Ilhas Virgens Britânicas.
De acordo com denúncia feita pelo deputado, Guedes deixou a direção da empresa no paraíso fiscal em 2019, mas sua filha seguiu à frente como diretora, cargo que ocuparia desde 2015. A informação, no entanto, teria sido omitida por Guedes na Declaração Confidencial de Informações (DCI) exigida pelo governo.
“Em 2019, quando se tornou ministro, Guedes não apresentou essa informação exigida pelo governo. Segundo a documentação, ele foi diretor de 2014 a 2019 e a filha é diretora desde 2015. Além disso, a esposa do ministro também é sócia da offshore", diz trecho da denúncia, à qual a Carta Capital teve acesso.
"Entendo que a empresa está sob suspeita. É no mínimo muito estranho Guedes ter omitido essas informações. Por isso, é importante que o Ministério Público Federal analise o extrato de desempenho dessa offshore para saber se não foi beneficiada por informações privilegiadas que Guedes obteve por ser ministro", afirma Vaz.
Guedes deverá faltar novamente em sabatina
Envolvido em denúncias sobre a milionária offshore nas Ilhas Virgens que lucra com a valorização do dólar frente ao real, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fugiu novamente de sabatina marcada para explicar o caso, revelado pelo Pandora Papers, na Câmara dos Deputados.
Guedes seria sabatinado nesta terça-feira (16) por membros das Comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, mas está em Dubai acompanhando o presidente Jair Bolsonaro.
Eliaz Vaz afirma que irá cobrar o cumprimento da convocação de Guedes ao Congresso Nacional para prestar esclarecimentos.
“O que ele tem a esconder, por que não vem à Câmara e se explica? Enquanto ele usou informações privilegiadas para lucrar milhões sem pagar imposto, tem brasileiro se alimentando de osso e sebo”, reforça o parlamentar.